dezembro 31, 2013

OS VELHOS SONHARÃO

Estamos no último dia do ano dois mil e treze, trinta e um de dezembro. Hoje é aniversário de minha mãe, setenta e seis anos, vividos com prazeres, alegrias, felicidades, também tristezas, desilusões, desprazeres, infelicidades. Hoje uma viúva, mãe de três filhos naturais e uma adotiva, e de não sei quantos ou quantas mais no coração enorme e gracioso de uma mulher virtuosa e bela. Ela está numa idade avançada, considerada idosa, mas cheia de viço e saúde, dentro das possibilidades de uma senhora dentro da faixa da ancianidade em que está.

Olhando para minha mãe, na faixa de longevidade que se encontra, olhando os demais anciãos sob meus auspícios na Igreja que congrego e sou pastor. Olhando para a grande gama de idosos que militam ao meu redor, cada um com as suas características, com as suas idiossincrasias, olhando o Brasil envelhecido, paro para pensar em como é bom sonharmos. Em como e bom ter-se na mente e consequentemente no coração coisas, fatos, atos que ressoam quando adormecemos e se mostram em nossa vida dormente como histórias boas, sonhos, ou ruins pesadelos, mas que nos fazem sentirmo-nos vivos.

Quando é o tempo dos sonhos? Para o ser humano na terceira idade, seus sonhos são reminiscências de sua vida, infantil, juvenil, adulta e agora cheia de experiências a serem contadas. No entanto, sem um público que pare para ouvi-las, pois o mundo em sua dinâmica ativista não tem tempo de aprender através da vida empírica daqueles que já viveram muito, pois não morreram cedo. Gosto de me sentar com minha mãe, de ouvi-la como ouvia a meu avô, seu pai, que sempre me ensinava algo, ele sempre me dizia coisas importantes, para o hoje de minha vida. Pois ele já passara por tudo que naqueles dias, eu ainda não experimentara, mas que vivo hoje.

Qual é mesmo o tempo dos sonhos? Para o jovem, cheio de planos e alvos em sua vida, são os planos, os projetos, os desejos de um coração cheio de esperanças. Esperanças que o levarão a alcançar as metas traçadas ou não. Esperanças que lhe conduzirão a viver de forma disciplinada, e alcançar seus possíveis “sonhos”, ou viver de forma indisciplinada e frustrar-se diante da impotência imposta pelas decisões errôneas e inconstantes que lhe conduzirão para longe de seus “sonhos”. O jovem sonha com o que pretende alcançar, o ancião sonha com o que já viveu. A Bíblia chama de sonho, real o que os velhos terão em sua existência. E chama de visão o que os jovens chamam de “sonhos”.

Portanto, em minha humilde análise, o tempo dos sonhos não é o último dia de um ano, ou mesmo o dia do aniversário, não é o tempo de olhar para trás e percebendo o que fez de certo ou de errado, traçar metas a serem atingidas, a partir deste tempo. Não é viver o esoterismo de se vestir de determinada cor para alcançar misticamente seus propósitos, ou mesmo as previsões mistificadas de falsos videntes, evidentemente exploradores da crendice humana nata. Mas, é reviver coisas que já se passaram sua vida, e que podem te encher de esperanças, ou até mesmo de desilusão. É reviver didaticamente sua vida para ensinar aos mais inexperientes o quanto é bom viver fazendo o que é correto, tomando as decisões certas, olhando para o mundo com a esperança e o ceticismo que ele próprio nos traz. Então, qual é mesmo o tempo do sonho? O tempo dos sonhos é aquele tempo que temos de inatividade, de não mais viver o ativismo, mas de termos a didática vida e o tempo de ensinar aos mais ativos. Viver é aprender. E viver muito é poder sonhar com o tempo vivido e mostrar o que é bom e o que não é bom na vida. Portanto, poder desfrutar dos bons, áureos e agradáveis momentos de uma vida bem vivida e exemplar, pois não acertamos sempre, mas na vida, certamente acertamos mais do que erramos. Vamos, pois viver bem para sonharmos, e não termos pesadelos quando estivermos no tempo de “sonhar”.

Rev. Maurício Ferreira

dezembro 25, 2013

PENSE NO SEU NATAL.

Natal de crente é diferente. Natal de crente é divergente. Natal de crente é experiente. Experimente o Natal de crente! Começo assim a pensar com você sobre o verdadeiro Natal, pois tem muita gente fazendo do Natal uma miscelânea de comemorações sem sentido e basicamente humanas.

Pensando assim, vamos caminhar um pouco pelas trilhas comemorativas desta festa cristã, que tomou direcionamentos totalmente pagãos. Tudo começou na Igreja, na mente e coração de gente que sabia quem foi e é Jesus e criou-se uma forma de homenageá-lo pensando em seu nascimento. Depois, com as investidas consumistas o comércio começou a ver que poderia tirar proveito disso. Começou a se distribuir presentes, e estes geralmente vinham do comercio municipal ou até mesmo de outros mais longínquos. O consumismo comercial ganhou o mundo, o assistencialismo nestes dias também. Assim, um servo de Deus que fazia coisas boas, foi comercialmente transformado numa figura de marketing, muito bem bolado por sinal, assim surgiu a figura do Noel.

Nesta caminhada o ser humano foi transformando algo que era pra ser cristão em algo puramente humano. Foi desmistificando a criação eclesial e transformando numa opção secular. Então, os cristãos, optaram pelo outro extremo e deixaram de lado a festa, a comemoração, os objetivos e pararam de realizar ou até mesmo entraram na onda secular e passaram a comemorar o Natal como o mundo comemora. Por isso digo que Natal de crente deve ser diferente.

Diferente porque Natal de crente não tem a conotação comercial que o mundo coloca. Não é somente dar presentes, não é somente comprar e gastar. Mas, vai, além disso, não digo que não devamos presentear aos caros em nossa vida, digo que este não deve ser o principal objetivo do Natal. Não digo que não se deva fazer festinha, mas estas festas sirvam para mostrar que nossa família é o bem mais precioso que temos. Portanto o melhor presente que podemos dar a cada parente é mostrar Jesus Cristo como a maior das realidades salvíficas do planeta terra e como a única alternativa real de vida para o ser humano.

Diferente porque não vemos o Natal como uma festa mítica, que nos traz um Cristo nascido miraculosamente, mas nascido de mulher. Uma serva escolhida por Deus, para gerar o Filho amado, unigênito, do Senhor. Uma geração miraculosa, um nascimento natural. Deus faz tudo perfeito, para que o pleno Filho de Deus tivesse sido também o pleno Filho do homem. O Santo, único, em suas duas naturezas se complementa para salvar a humanidade caída. Deus é Sua perfeição também faz perfeita a expiação de nossos pecados e nos presenteia com a salvação que somente Ele poderia conceder-nos pela graça maravilhosa. Por isso o Natal do crente é diferente.

Diferente porque o crente não comemora festividades comerciais, tampouco festividades míticas. Não comemora o aniversário de Jesus Cristo, comemora a encarnação do Verbo Eterno. Cristo se encarnou, o Verbo se fez carne a habitou entre nós, cheio de graça e de verdade (João 1.14a). Aquele que no princípio era o Verbo que estava com Deus e era Deus (João 1.1). E este Verbo, Deus desde a eternidade, se fez carne e foi visualizado em Sua glória, glória como do Unigênito do Pai (João 1.14b). Imagine sua salvação nas mãos de Cristo, pois se Ele não fosse realidade, estaríamos irremediavelmente perdidos para sempre. Imagine Jesus Cristo, vivendo entre nós, pregando o reino de Deus, proclamando arrependimento para a vida, uma vida ao alcance de nossas mãos, e morrendo no nosso lugar, pregado naquela cruz para que nós sejamos libertos da consequência do pecado (Romanos 3.6), uma vez que todos nós somos pecadores (Romanos 3.23).

Portanto, o Natal do crente é diferente porque quando olhamos para o Cristo que se Encarnou, olhamos para uma obra completa, para um projeto plenamente e perfeitamente executado. Não olhamos para os pequenos quadrículos deste projeto, visualizamos todo o quadro. De outra forma, vemos o Cristo preexistente, eterno, infinito, infalível, forte, poderoso, onisciente, onipotente e onipresente. Cristo o senhor, o Salvador, Criador e nosso gracioso redentor. Nosso Natal é diferente porque nos traz a verdadeira alegria, como homens amados por Deus Pai. Nosso Natal é diferente porque nos mostra o que o verdadeiro amor é capaz pelos seus amados.

Por nosso Natal ser diferente de tudo que apresenta o mundo, somos os mais felizes dos seres humanos, por não vivermos a ilusão materialista, por não vivermos o misticismo religioso, por não termos obrigação de correr atrás do Salvador. Ele veio a nós, fez-se carne como nós, morreu na cruz por nós e ressuscitou para continuar a advogar nossa causa. Pense, mude, faça também o seu Natal diferente, muito mais no coração crente, do que na vida de ilusão. Deus fez o Natal do crente.

(Rev. Maurício Ferreira)

DEUS É O SENHOR!

Sarar nossa terra é uma promessa do Criador. Quando o rei Salomão consagrava ao Senhor o Templo recém-construído. Também rogava de Deus as bênçãos para aquele lugar, uma vez que o templo se sacralizava na medida em que a presença divina era uma representativa realidade no Tabernáculo. E agora o povo entendia que construir um templo também teria a mesma conotação tabernacular. Tudo bem, Deus se envolveu com o Seu povo e lhes prometeu, numa conversa noturna com o rei, que “se” chamado por uma nação convertida, ele ouviria, entenderia, perdoaria pecados e sararia a terra deles (II Crônicas 7.14). Mas dentre as promessas divinas, esta também a promessa de Sua divina presença entre eles com os ouvidos atentos, os olhos abertos à oração que se fizesse naquele lugar. Isto movia a atenção do povo para a necessidade de Deus estar entre eles, junto deles e realizando o que Ele sempre realizara no meio deles (II Crônicas 7.15). este Deus presente no seio daquela nação os fez mais seguros, mais confiantes, mas também mais virtuosos em alguns atos e alguns tempos de sua história. Deus protegia Israel porque era o Seu Deus e aquele era o Seu povo. Habitava entre eles, conduzia-os passo a passo, sem jamais deixa-los sozinhos, embora fosse um povo, como todo povo, rebelde.

Hoje, somos o povo de Deus. Pertencemos a Ele totalmente, pois menos que isso Ele não aceita. Ele nos leva a serio, mesmo quando nós negligenciamos o relacionamento com ele. Portanto, a Igreja hodierna tem entre si a presença viva divina, não mais no “Templo”, mas nos santuários formatados por Deus mesmo ao vir habitar “em” nós, para permanecer “entre” nós (I Coríntios 3.16; 6.19-20). Pense que Deus jamais deixou o seu povo, mas a cada tempo Ele se aproxima mais, torna-se mais íntimo. Antes Ele habitava literalmente no “meio” deles. Hoje, Ele habita “neles” sem sair do “meio deles”. A promessa divina foi ser o nosso Deus, e nós o Seu povo. Os tempos se vão, as eras passam, as verdades aparecem, mas nunca Deus ou o seu povo pode simplesmente ficar passivos, pois se assim for, nada acontecerá além de ficarmos idosos sem experiências, pois nada fizemos, nada vivemos a não ser deixar-nos levar pelas ondas existenciais. Por isso, vivamos conscientes de que Deus continua agindo, e deseja que nós também ajamos conforme os seus preceitos e façamos um mundo mais feliz, levemos uma mensagem viva de esperança, pois Deus está em nosso meio e continua a fazer a Sua portentosa obra. Falemos de vida pois a vida habita em nós, não por respirarmos, mas por termos no nosso coração a presença viva da “vida, verdade e único caminho” Jesus Cristo.

O Salmo 33.12 nos diz que “Bem-aventurada é a nação cujo Deus é o Senhor, o povo que Ele escolheu para sua herança”. Pensa nisto, somos a Igreja baseada na pessoa do Unigênito Filho de Deus, que carrega as chaves do reino dos céus (Mateus 16.16-19). Jesus é o nosso alicerce, a nossa pedra angular, a base da Igreja, Jesus Cristo, o Filho do Deus vivo. Nada menos que isso querido. A Igreja é portadora de luz, dissipadora de trevas, pois iluminada pela presença viva do Cordeiro, entre e em si. Mas o Salmo 144.15 também nos fala que “Bem-aventurado o povo a quem assim sucede! Bem-aventurado o povo cujo Deus é o Senhor”.

Hoje, vivemos num país extremamente corrompido por inúmeras manifestações de enganos, engodos e mal feitos. Viemos num país em que desde as camadas mais proeminentes de liderança politica até as mais baixas se busca vantagem em tudo, se busca benefício próprio, não se pensa no próximo, a não ser como degrau. Não se pensa no país, naõ se pensa na comunidade, não se pensa na glória de Deus. Só se pensa em si próprio, o brasileiro vive de olhos baixos, pois a única coisa que contempla é o seu próprio umbigo. No entanto, nós filhos de Deus, fechamos nossos olhos para tudo isso para nos envolvermos com temas específicos, como homofobia, por exemplo. Devemos olhar para um universo mais amplo, abrangente, significante, pois a visão que Deus nos concede é mais longa. Olhemos o todo e oremos pelo todo. Pois, nossa nação só será realmente mais feliz, e abençoada quando pudermos olhar e ver, realmente que Deus é o Senhor dela, ninguém mais, nenhuma “grande líder” populista, seja ele político ou religioso, mas Deus, e somente Deus. Posso ser um sonhador, mas confio no Deus que fez a promessa de que a nação mais feliz é aquele em que Ele é o Senhor. Portanto, queridos leitores, oro para que o Senhor abra nossos olhos para sermos realmente luz e sal neste país em que Ele nos colocou.
Sejamos luz, sejamos sal, sejamos servos que glorifiquem o Criador, Senhor e Salvador nosso!

Lembremo-nos que o Cordeiro está caminhando por entre os sete castiçais e tem nas mãos as sete estrelas. Portanto, nada foge ao seu olhar atento ou aos seus ouvidos abertos a oração que se faz, hoje em nosso coração. Oremos!

(Rev. Maurício Ferreira)

outubro 29, 2013

É DEUS QUEM EDIFICA, DESCANSE!

Às vezes fico a pensar em minha juventude. Bons tempos, tempos promissores. Imaginação fertilíssima, a ponto de voar sem asas ou um avião embaixo. Quando jovem queria sair de casa, alçar meu próprio voo solo, tomar conta de minha vida. Quando na verdade, e acontece na maioria das famílias, desejava apenas fugir da realidade de um lar sem o comando do chefe da família, sem o exemplo do ministro do lar, sem a base de suporte da casa e da família no sentido social, agregativo e emocional.

Olho para as famílias hodiernas. Vejo um aglomerado de pessoas, diferentes, diversificadas em seus desejos, objetivos e ideais. Vejo muitos totalmente sem a estrutura básica de um grupo pequeno formado pela afinidade do mesmo sangue, provindos de uma formação originada no amor entre o homem e a mulher, que gera filhos que complementam o grupo e deveriam unir mais o ambiente gregário chamado família. Poucas são as família totalmente estruturadas e bem afinadas em sua trajetória. Mas Deus é misericordioso para com o ser humano, e muitas vezes, aquilo que o homem encaminha mal, Deus vai traduzindo em bênção, e a família é um desses projetos divino humano que temos sobre a terra em que vivemos.

Portanto, pensando no Salmo cento e vinte e sete podemos dizer em alto e bom som que “se o Senhor não edificar, em vão trabalham os que edificam” (Salmo 127.1). É isso mesmo, não adianta fazermos projetos para a edificação de nossa casa, nossa família, pois ela é um projeto divino. E se Deus não estiver na base, na frente e ao redor dela, certamente nos frustraremos em algum ponto de nossa história familiar, os terapeutas que o diga. Os divãs de terapia familiar, as igrejas ocupadas com sustentação dos lares, a sociedade formulando práticas, e abrindo portas para cuidar dos problemas familiares. Crianças abandonadas, jovens buscando “paz” nos paliativos vícios que matam somente, mulheres frustradas com casamento e buscando alternativas para a “felicidade”. Homens na meia idade suicidando-se para fugir da realidade de uma vida sem passado, sem presente e nenhuma perspectiva de futuro. Lares sem diálogo, sem amor, carinho, abraço, sorriso, conforto, consolo ou paz. Em vão trabalham os que tentam edificar um lar sem Deus.

No entanto, temos uma certeza: a família, desde o Éden é um projeto do coração de Deus. Temos a alegria de saber, por conhecermos o Senhor da história, que Deus não está passivo ante o desejo do homem de ser autossuficiente. Podemos descansar no fato de que o Senhor da família está ocupado com ela, e por isso, não somente edificando-a, fazendo o que nós não conseguimos, como também guardando-a, amparando-a, movendo Sua mão graciosa e ensinando-nos a sermos família a cada dia, a cada ato, ou cada fato. Devemos ter sempre em mente que a edificação de nossa família, sob nossos auspícios tem a participação intensa do Senhor da família. Assim, deixe que Deus trabalhe o seu coração querido e querida, e desta forma Ele estará edificando você, e edificando você Ele estará preparando-o para que a sua família seja uma família abençoada e abençoadora.

Gosto sempre de descansar no cuidado divino sobre nós, e descansar no fato de que, como diz o profeta Isaías Ele é: Senhor e pai; nós somos o barro, ele o oleiro; e todos nós somos obras de Suas mãos (Isaías 64.8). Portanto, repito, “Se o Senhor não edificar a casa, em vão trabalham os que a edificam; se o Senhor não guardar a cidade, em vão vigia a sentinela. Inútil vos será levantar de madrugada, repousar tarde, comer o pão de dores, pois ele supre aos seus amados enquanto dormem”. Descanse no Senhor amado(a). faça isso com submissão como nos diz o servo Tiago: sujeitando-se ao Senhor, achegando-se a Ele, limpando suas mãos, purificando os corações, afligindo-se, lamentando e chorando ante o pecado e a miserabilidade ao nosso redor, e por isso entristecendo-se ante as circunstâncias, humilhando-nos ante o Senhor pois toda exaltação de nossas vidas virá dele, e somente dele (Tiago 4.7-10). No mundo termos aflições, isso é verdade, mas com bom ânimo, pois nosso Senhor venceu o mundo. Achegue-se a Deus e na dependência dEle, construa sua vida, seu lar, sua família, para a glória dEle.


{Rev. Maurício Ferreira}

REFORMA PROTESTANTE DO SÉCULO XVI

Estamos iniciando o mês de outubro. O mês de outubro é muito significativo para o protestante presbiteriano, como o evangélico histórico de uma forma geral. Neste mês, no dia trinta e um acontece o estopim de toda história evangélica que conhecemos hoje.

Conhecemos um mundo evangélico voltado para as Escrituras, para Cristo, para uma Fé salvadora, todos embasados numa graça que espelha o amor divino pela humanidade, nos dando a paz que almejamos e expectamos todos os dias e cada vez mais. Por isso o lema da Igreja pós Reforma é Soli Deo Gloria (SDG), isto é: Somente a Deus toda glória. Sola Scriptura; Solus Chritus; Sola Fide; Sola Gratia e Soli Deo Glória, com estes cinco “solas” se construiu a história da Reforma Protestante iniciada no Século XVI até nossos dias.

Nos anos que antecediam a 31 de outubro de 1517. Deus estava providenciando os preparativos para transformar uma Igreja que tivera origem em Jesus Cristo, e que até por volta do século quarto viera dentro dos padrões por Ele estipulados, embora com algumas interferências e ingerências humanas. Mas, a partir do quinto século muitas coisas estranhas as Escrituras começaram a acontecer, Deus foi deixando de ser o Deus da Igreja para que o homem dela tomasse conta. Felizmente, Deus não fica passivo ante as loucuras do ser humano, e por isso, no século 12 começou a levantar homens para fazerem o povo pensar: os pré-reformadores.

Continuando, nosso tema, vamos pensar na pré-reforma. Era a Idade Média, os dias eram maus, a Igreja estava em polvorosa, homens incrédulos tomaram as posições de lideranças. O que era concedida por venda de posto, quem tinha poder aquisitivo comprava um posto eclesial; de acordo com o valor oferecido, hierarquicamente o posto era mais alto. Também a posição socioeconômica influía nestas divisões de postos. O homem buscava assumir posições de liderança eclesial porque dava status quo naqueles dias.

Isso disseminou na Igreja uma falta de senso espiritual, tornando-a meramente política. Liderava-se a Igreja daqueles dias por politica e isso fez decair a qualidade da Igreja de Jesus Cristo. Quando um líder político “se convertia”, toda sua não era considerada cristã, independente do que os habitantes do lugar pensavam, eram incluídos como prosélitos na comunidade eclesiástica. O que fez com que aparentemente, a Igreja crescesse de forma assustadora.

Assim, portanto, caminhava a humanidade eclesial. Como já disse: Deus não ficou passivo ante esta situação, e começou a levantar servos pensantes, que não aceitavam a situação como estava, a teologia deixada totalmente de lado para que pensamentos geopolíticos fossem implantados na Igreja. Grassava a corrupção, mortes inexplicáveis de líderes na batalha pelas maiores cadeiras. Assim, começaram a surgir os reformadores através do pensamento voltado para as Escrituras. Homens que Deus levantava no seio da própria Igreja.

Deus olhava a história de Sua Igreja, conduzida pelos homens incrédulos, que certamente tomavam o “Seu Santo nome em vão” e utilizava-O para seus deslizes e desmandos ao conduzir o Corpo de Cristo. O que fez o Santíssimo Deus? Trouxe um novo dilúvio e reformou a aquele que sempre fez parte de Seu gracioso e Soberano coração? Na verdade não foi um dilúvio físico, mas sim um dilúvio espiritual.

Deus, a partir do Século XI iniciou o processo de reforma de Sua Igreja. Como já disse, Ele começou a levantar pensadores no meio da massa manipulada e inerte para fazer o povo pensar. O povo não estava satisfeito, não gostava do que via, mas ao mesmo tempo não tinha forças para lutar contra o clérigo com a sua força política e bélica. Os reis temiam o episcopado daqueles dias.

Assim, surgiram homens como John Hus, o ganso, servo pensador, grande pregador, que se insurgiu contra o papado e morreu logo numa fogueira, mas ficou a chama da insurreição. Vieram outros, e o mais evidente deles foi Guilherme de Savonarola, que subia nos púlpitos para apregoar a santidade, tão pouco observada naqueles dias. Sua pregação foi tão contundente em Florença que se montou uma pilha nunca antes vista de literatura imprópria na praça para ser queimada. Também foi martirizado.

Assim, do Século XI até o Século XVI as vozes proféticas do Senhor foram se avolumando no seio da Igreja desnorteada, infiel, mas também insatisfeita com o andar desta.
Deus assim iniciou um processo encabeçado por pensadores. Do outro lado, também surgia novos estopins para que os acontecimentos dessem continuidade. Dona de si, a Igreja dominante daqueles dias achava-se intocável e abriu um processo para a construção da Catedral de São Pedro, promovendo a venda de indulgências.

Na Alemanha, o monge Martinho Lutero, depois de não se conformar com a pregação da Igreja de seus dias, e não conformado com a possibilidade de só entrar no céu aquele que tivesse alguma posse, começou a apregoar a graça divina. Isto culminou na fixação das suas 95 teses na capela do Castelo de Wittemberg no dia 31 de outubro de 1517. Era um feriado, e provavelmente toda comunidade passaria por aqueles portais para assistir as missas do dia. O evento teve uma repercussão não imaginada, pois inicialmente tinha o cunho de promover um debate entre os intelectuais daqueles dias. Deste fato nasceu a Reforma Protestante do Século XVI.

 Com este ato, deste grande servo de Deus, muitos progressos também vieram para o povo de Deus, provindos da Reforma e do iluminismo intelectual que grassava naqueles dias. A tradução da Bíblia para praticamente todos os idiomas conhecidos da época, talvez tenha sido o maior destes progressos. Pois o povo passava a ter acesso direto a Palavra de Deus e assim poderia aprofundar-se nos estudos, e conhecendo as Escrituras poderia tirar suas próprias conclusões quanto aos erros moral e espiritual, cometidos contra a Igreja e o Deus da Igreja naqueles dias. Deus agiu!   {Rev. Maurício Ferreira}

outubro 22, 2013

E SE EU FOSSE...

A inconformidade do ser humano é tão evidente que a cada fato ou ato de sua existência ela aparece clara e transparente. Vivemos cada dia, sem nos conformarmos com cada dia. Caminhamos passo a passo sem concordarmos que assim deve mesmo ser. Deste modo nossa vida se torna um constante gemido, o cada dia para nós não é suficiente, pois jamais deixamos o passado e sempre olhamos para o futuro. Não conseguimos viver o nosso cotidiano sem murmurar ou mesmo gemer a cada situação. Nossos passos não são eficientes em nosso pensar, vivemos sempre querendo pernas maiores, para passos maiores, queremos subir a escada dando saltos de quatro degraus se possível até mesmo cinco. Por quê? Por que somos inconformados assim com a vida que temos?

Lemos no Salmo cento e vinte e seis que o povo de Israel ficou como quem sonha ante os feitos divinos em sua história, libertando-os do cativeiro e trazendo-os de volta para sua terra. Mas vemos este povo em Judá novamente descontente com o Criador e partindo para adorar os deuses visíveis e performáticos dos seus vizinhos. Olhamos e vemos um povo liberto de quatrocentos e trinta anos de servidão no Egito, caminhando rumo a uma terra, a eles prometida, também conhecido pelos seus antepassados, que segundo a promessa derramava leite e mel, proficuamente frutífera. Mas o que vemos? Primeiro o terror diante dos perigos da terra, depois nos próximos quarenta anos, as reclamações contundentes contra o líder Moisés por causa de alimento, água, provavelmente sombra, e até mesmo o serviço nas terras egípcias.

Olhando para a história secular vemos as muitas e muitas rebeliões nacionais ou mesmo seccionadas em pequenos guetos sociais. As grandes revoluções evidenciam a intranquilidade do ser humano ante as situações que ele vivencia. Vemos isso na França, quando o povo inconformado com a história executiva do país se revolta e depois se revolta contra os revoltosos. Vemos isso na Grã Bretanha quando a inconformidade com a rusticidade da vida artesanal se mostra com a revolução industrial. Vemos isso nos pulos da história, ao vislumbramos o ser humano querendo alcançar o futuro em suas inumeráveis máquinas do tempo utópicas. Vemos isso no dia a dia quando visualizamos a correria do ser humano nas tentativas de mudar sua posição social vigente.

Portanto, quando olhamos para a inconformidade humana podemos inferir conclusões díspares. Podemos concluir que não se conformar com a nossa história e com os acontecimentos dela faz de nós seres que não se motivam com a vida como ela é, e por isso vivemos a reclamar da nossa história e muitas vezes desistir de continuar, pois perdemos nosso tempo, assentados a beira do caminho a murmurar, em vez de correr adiante na certeza de que a promessa feita a nós há de se cumprir. Outra conclusão é ao não nos conformarmos com as coisas da forma que estão. Somos motivados a correr para frente na expectativa de alcançar os objetivos, que muitas vezes nem mesmo fomos nós que colocamos, mas que fazem parte de nossa história.

Pensando assim, temos duas alternativas de vida a nossa frente. Uma olharmos, analisarmos a vida e mudarmos de rumo, visualizando que tudo que acontece sendo positivo ou negativo tem a mão de Deus em nossa história. Outra, olharmos, analisarmos e seguirmos adiante na certeza de que a vontade do Senhor é que nossa fé nos leve aos objetivos que Ele mesmo traçou para nós e nossos pares. Portanto, a você que lê este post, quero dizer, nunca desista, nunca deixe de tentar, nunca mostra desanimo ou desestimulo, pois sabendo principalmente que Deus está com toda e todas as historias nas mãos, o que temos que fazer é somente nos posicionarmos de acordo com a vontade dEle. Se nos vier o desejo de murmurar, reclame, mas não deixe de buscar o caminho alternativo para viver, pois Ele já o colocou diante de você. Se nos vier o desejo de prosseguir, é porque Ele nos preparou já o caminho e este, mesmo que com aparentes dificuldades diante de nós, está pronto e a não desistência nos mostrará que estamos no caminho certo, basta que vençamos as dificuldades.

“E se eu for adiante?” É exatamente isso que Deus desejo da nós, pois a vida, como diz um colega nosso é para ser vivida, andando para frente. Pois, sempre à frente e que está a alternativa para nossa infinda e constante caminhada. Pensando assim, lembro-me da personagem do livro de John Bunian “O Peregrino” que no conduz a certeza de que lá na frente, lá para onde caminhamos é que está o alvo da vontade divina para nossas vidas.

Pare de olhar para o passado, pare de pensar demasiadamente no futuro, caminhe, ande, siga o seu rumo e sua historia se fará definitivamente de acordo com a vontade de Deus. E se eu fosse, pode ser uma proposta de vida: para mudarmos nosso caminho, e seguir adiante em outra estrada, ou para seguirmos adiante, mas jamais, jamais mesmo desistirmos. Mudemos, pois nossa expectativa e digamos: “e seu eu” me deixasse ficar nos braços de meu Senhor e Criador?

Eu sei de uma coisa, nossa caminhada, com percalços ou não seria para o objetivo dEle para nossas vidas. O povo de Israel chegou a Israel, o povo judeu viveu sob a égide do Senhor em sua terra em paz. As revoluções seculares podem até não ter chegado aos objetivos propostos, mas mudaram a história para melhor, apesar do ser humano. E nós hoje, vivemos e podemos viver com a certeza de vitória, pois cremos naquele que é poderoso para fazer mais muito mais do que pensamos ou pedimos e tem já escrito e determinado em seus alfarrábios todos os nossos dias. Portanto, confie e caminhe!


(Rev. Maurício Ferreira)

outubro 16, 2013

PENSE...

O poeta secular falou assim, “o pensamento parece uma coisa atoa, mas como é que a gente voa quando começa a pensar”. Eu não sei o quanto tens voado, mas uma coisa é certa, precisamos voar um pouco mais do que temos voado nestes tempos. Basta olharmos as circunstancias ao nosso redor, basta olharmos ao nosso redor, pois.

Há algum tempo se tem debatido no nosso país temas como aborto, eutanásia, homofobia, casamentos, nomenclaturas, reformas várias, nossos legisladores agem como bem entendem. Não pensam nos fundamentos morais de nossa nação, não pensam no respeito a todas as ideologias, não avaliam o impacto de cada decisão, simplesmente fazem o que outros já fizeram e nãm mesmo avaliam se está dando certo onde foi feito. Precisamos abrir nossos olhos pra ver o que realmente está acontecendo.

Pois, nós continuamos diante de tudo isso, estáveis, isto é: sem nos preocuparmos com a política nacional, seja ela executiva, legislativa ou judiciária. Continuamos como também diz o ainda outro poeta secular: “sentados no nosso apartamento, com a boca escarada cheia de dentes esperando a morte chegar”. Mas ao mesmo tempo também, parafraseando outro poeta, caminhamos como a “massa da mandioca”, ou “o admirável gado novo”. Somos domados para vivermos o ostracismo de vidas que não fazem nenhuma diferença, e quando poderíamos fazê-la, emigramos para terras mais promissoras, onde seremos mais um simplesmente, sem nos preocuparmos com o futuro dela.

Estamos vendo a cada dia os valores do casamento mais e mais vilipendiados pelo ser humano sem Deus. Calamo-nos. Olhamos e vemos as igrejas serem depredadas pelos vândalos eclesiais nos usos e costumes, como também pelos hereges de plantão. Temos visto a religião suplantar o cristianismo, e achamos graça, ou nem mesmo ligamos, pois nada tem a ver conosco, será que não? Quero lembra-lo que somos responsáveis pelos deslizes e desmandos do país em que nascemos. Somos os cidadãos, somos os eleitores, somos os condutores, se simplesmente nos calarmos ante tudo isso, certamente, estaremos nos omitindo, e como cristãos, omissão é pecado.

Por tudo isso, e mais algumas coisas que acontecem, conclamo você a PENSAR. Pensar que mesmo o adágio popular dizendo que “uma andorinha só naõ faz verão”, uma andorinha ao se dirigir para o sul no inverno fará com outras vejam que chegou a hora de tomar a atitude de mudança. Quando falo assim, não estou chamando ninguém a manifestações políticas, a desatinos vandalisticos, estou conclamando o povo de Deus a orar e vigiar. Estou chamando você, membro de Igreja ou não a pensar. O pensamento muda o mundo, e sempre foi assim. Os ativistas dirão que sou ufanista, que minhas palavras são utopia, mas digo que em todo curso da história, o ativismo tem por trás de si as filosofias de pensadores argutos. Portanto, é o pensar que move as transformações mais contundentes da face da terra. Claro que o pensamento precisa ser seguido por atitudes, mas a atitude mais impressionante que podemos hoje exercitar é a doa voto: livre e independente.

Livre de toda coleira política. Muitas vezes votamos na legenda política sem observar o homem. Votamos por votar, só porque sou deste ou daquele partido. Independentes de todo egoísmo ou egocentrismo, pois outras vezes votamos porque dependemos de um ou de outro ser humano para organizar a nossa vida. Estamos votando errado, pois nosso voto precisa levar a organização moral de nosso país, estado ou município. Vote no ser humano, analise, avalie, veja a vida pregressa de cada candidato e vote. Sua vida, é você quem organiza, com trabalho, imaginação, inteligência e saúde. Quando for exercer sua cidadania, vote pelo país, pelo estado ou pelo município, nunca por si mesmo.

Querido irmão ou irmã, leitores deste blog, PENSE. Não faça nada sem pensar. Mas pense na situação em que nos encontramos e veja se vale a pena ser alienado, deixar a água correr, sem tentar pelo menos o que nos é possível: ter nas mãos o remo da vida. O rio corre seu curso normalmente, mas meu barco vai onde eu desejo que vá, e não simplesmente onde o rio deseja leva-lo. Na nossa vida secular, devemos tomar atitudes que mudem a periclitante situação polítca em que nos encontramos. Na vida religiosa, devemos fazer o que nos propõe o Senhor Jesus Cristo: vigiar e orar... hoje e sempre. Com uma vida cheia do espírito com certeza podemos fazer diferença no país que moramos.

Quero lembra-lo que as Escrituras nos dizem que o mundo jaz no maligno. Mas nós podemos ajudar a melhorá-lo e a mudar as coisas se assumirmos nosso compromisso com Deus, sermos melhores e autênticos cristãos, e cumprirmos fielmente nosso compromisso de vida moral e eclesial em toda e qualquer situação.


(Rev. Maurício Ferreira)

setembro 28, 2013

PERDENDO...GANHANDO...VENCEMOS!

Perder, perdemos muitas vezes na vida. Perdemos quando não encontramos, perdemos quando equilibramos, perdemos quando fugimos da realidade, perdemos quando paramos, estagnamos, procrastinamos, protelamos ou adiamos os próximos passos. Perdemos que se morre, perdemos quando morremos.


Interessantemente vivemos de perdas, e das perdas, de modos que com o passar do tempo iremos de algum modo perder algo em nossa vida, em nossa história. Ruim quando perdemos o fio da meada, a linha da história de nossas vidas, mas ao mesmo tempo em que perdemos podemos ganhar ao saber aproveitar o positivo das perdas. Saber tirar das perdas os aspectos positivos é para o ser humano a maior alavanca para uma vitória.

Em minha vida, algo interessante começa a acontecer nesta disparidade da minha história. Começo a ver entes queridos morrer, ir-se desta vida, alguns de forma natural, ceifados pela idade provecta, avançada. Outros por debilidades de uma saúde extirpada pelas intempéries naturais do tempo que passa e vai levando toda força, vigor, dinamismo. Faz parte da vida. Ao mesmo tempo, em que perdas naturais e antinaturais acontecem, começo a ver surgir nas naturais aventuras históricas de uma família o primaveril cumprimento da promessa divina de ver os filhos dos filhos. Começam a surgir os netos da família que se origina em mim. Perdi, hoje meu primo Vandeir. Dia onze de outubro minha primeira neta completa sete meses. Histórias.

Assim, seguindo o curso de nossa história, vamos vivendo e seguindo passo a passo as detalhescas evidências que realmente “a vida segue o seu curso”, conforme ouvi assistindo um filme sobre evidencias da vida no passado: Jurassic Park. Viver um dia de cada vez deve ser o lema de cada um de nós. Vivenciar uma bênção de cada vez é a alegria de cada um de nós. Pois a cada dia que vivemos, visualizamos a promessa divina se cumprindo. E a cada bênção que recebemos percebemos a fidelidade de nosso Pai celeste sobre nós.

Hoje, quando vislumbrar a minha história, vejo-me ricamente abençoado pelo Criador. O Deus que um dia me atraiu a Sim é o mesmo que continua dia após dia cuidando de mime de todos aqueles que o Pai colocou sob meus auspícios. Vejo-me tremendamente vencedor e satisfeito por tudo que já vivi. Portanto, mesmo quando me vejo diante de algumas perdas, naturais ou não. Vejo que consigo assimilar, e viver com cada uma delas, conseguindo retirar de cada uma gama de ensinamentos que me edificam.

Querido leitor, vamos aprender a viver, com alegria, com felicidade e em paz; assimilando as perdas e aprendendo a desfrutar dos ganhos cotidianos. O bom é que, conforme diz o poeta sacro, quando aprendemos a contas as bênçãos, nos surpreendemos com tudo que Deus já fez. Que seja assim, que contemos a bênçãos e que nada nos separe do amor de Deus, nosso Senhor e Salvador.

(Rev. Maurício Ferreira)

setembro 13, 2013

SOMOS! SOMOS? É PODE SER...

A afirmação e: “Homens é que somos” disse Charles Chaplin, num épico filme de sua biografia profissional. Ele refutava os sistemas de produção daqueles dias e levantava um debate sobre a possibilidade de se pensar na pessoa, mais do que na sua produção, pensar mais num projeto bem definido e justo que na exploração mercantilista selvagem de seus dias.

O mundo continua o mesmo, independente do sistema de produção, o homem continua a explorar o homem. Mas, minha intenção hoje, é buscar pensarmos no que somos como seres humanos, como homens e mulheres que transitam e tramitam por este universo virtualizado hodierno. Por isso, quando observo o ser humano, compreendo que somos homens que intentam viver uma vida em busca de prazer, conforto e status quo. Os prazeres se buscam em tudo que se possa encontrar, e muitas são as opções nessa terra. O conforto se busca na posição socioeconômica do quanto mais, melhor é. E o status quo se busca na bajulação incontida de outros que nos possam oferecer o que desejamos, ou as posições que se almeja alcançar.

Somos homens sem escrúpulos e sem rumo. Somos homens sem norte e sem consciência. Somos seres zumbizados que seguem as ditaduras atuais, e que não pensam e não raciocinam para tomar decisões, que na maioria das vezes já vêm formatadas pela autoajuda pseudo pensante dos dias atuais. Andamos errantes pelo mundo sem uma referencia, e sem alguma intencionalidade natural, pois não se sabe onde está, para onde se vai ou o que se faz.

A dúvida é: somos realmente o que pensamos ser? Somos homens que pensam, planejam, projetam e realizam conscientemente tudo que deveríamos realizar, projetar, planejar quando pensado? Na verdade, na mais profunda reflexão cultural, sociológica, psicológica e espiritual, nós não sabemos realmente quem somos. Por quê? Porque na verdade não sabemos nada sobre o ser humano, como ser humano criado e colocado no ambiente mais propício a uma vida a ser bem vivida. Fazemos mal ao nosso habitat natural, ofendemos ao nosso próximo, machucamos a quem amamos, exploramos o nosso semelhante, escravizados pela ambição egolátrica escravizamos a quem devíamos amar como a nós mesmos. Assim, será que somos realmente quem pensamos ser? Somos homens, na mais intensa expressão do termo?

Para pensarmos assim, necessitamos ver o por quê somos quem somos, mesmo sem saber realmente quem deveríamos ser. Somos quem somos por causa de atos passados da humanidade, agora caída desde o Éden. Somos quem somos por causa da rebeldia humana diante daquele que projetou tudo perfeito, e que tornamos neste caos em que vivemos nossa história. Por isso, a dúvida é relevante: somos? Não, não somos quem deveríamos ser, ou fomos criados para ser. Isentos de pensamentos e sentimentos negativos, humildes ante Deus e o nosso próximo. Autênticos, transparentes, de forma que nenhuma cera pudesse obstar nossa face ante Deus e ante o próximo. A ironia de tudo isso é que podemos nos oculta ante o outro homem, mas jamais o poderemos ante o eterno Deus. Então, ele conhece no nosso coração corrupto e enganoso.

Então, amado(a), não se engane, de Deus não se zomba. Você na realidade não é o que foi projetado para ser, homem criado à imagem e semelhança da economia divina. Você é pecador e como tal está incompleto. Falta-lhe a porção que somente Deus pode dar, assim, pense um pouco. Pare de se iludir, enganar. Você não é, o que pensa ser, pois o que pensa é somente uma imitação de algo ou alguém que já passou pela história e imitou a outrem. Portanto, vamos caindo nesta realidade, nos conscientizarmos que precisamos de algo mais, precisamos ser completados, ser íntegros, inteiros, plenos em nós mesmos, isto significa recuperar a Imago Dei.

É pode ser. Pode ser que a minha vida seja restaurada, que a minha alegria seja recuperada e que a minha plenitude seja reparada plenamente naquele que começou uma grande obra em mim, que está realizando-a paulatinamente a cada dia e que, conforme a sua promessa há de completa-la. Aquele que guarda o nosso tesouro até o dia final, e quando estivermos frente a frente com o soberano juiz, colocará este tesouro ante nós. Pode ser, que tudo que pensamos ser, que na realidade não somos, possamos realmente ser, se não até aqui, a partir daqui, em Cristo Jesus.

Pode ser, não por duvidar do que Deus possa fazer, pode ser por duvidar do coração humano e das intenções homéricas do ser humano. Não duvidando do que Deus possa fazer sei que seu poder é para dinamitar pedra e não areia. Sei que não existe empedernido coração que não possa ser transplantado pelo seu amor imensurável, inefável e inenarravelmente amoroso. Ele tira um e coloca outro, ele trabalha para aquele que nele espera, ele opera maravilhas miraculosas na vida daquele que vive sob seus auspícios, sob sua égide. Portanto, pode ser, também, porque não conhecemos os mistérios contidos no coração de Deus.

Isto posto, quero lhe dizer que mesmo sem saber o que oculto está, devemos prosseguir para o alvo que nos está proposto, caminhando céleres, diligentemente operosos a cada passo que damos e fazendo diferença corajosa a cada palavra que proferimos. Somos filhos de Deus, nascidos dele. E por isso devemos mostrar em alto e bom som que Deus é Senhor em nossas vidas. Devemos proclamar este indizível amor paternal que ele expressou pela humanidade desde a criação do mundo, falar dessa misericórdia intensa que ele demonstra longanimamente por nós a cada dia. Gritar bem alto que somos dele e isto é inegociável, porque o preço que foi pago pela nossa vida não se pode calcular.


Portanto, querida(o), pense bem. Primeiro você tem uma grande ilusão ao pensar em você como é; segundo, por exatamente não ser o que pensa ser, você vive nesta ilusão que a nada e a nenhum lugar te levará e terceiro, existe uma saída: Jesus Cristo. Somente ele poderá te fazer sair dessa ilusão em que vive, te mostrar que você é, na verdade carente, e te dar o rumo e a vida que necessita. Deixe a luz do sol brilhar em sua vida, pois somente Jesus Cristo salva.
(Rev. Maurício Ferreira)

agosto 31, 2013

A CRUZ NÃO FOI UM ACIDENTE.

Jesus Cristo, o Filho de Deus, nosso Salvador...
Olhar para a espiritualidade de nossos dias é tremendamente entristecedor. Não quero falar criticando, mas ao mesmo tempo não tenho como não fazê-lo, uma vez que tudo que se refere a forma denominada igreja em nossos dias é muito negativo. Hoje infelizmente vemos tanto nas igrejas pentecostais e neo pentecostais, como nas históricas e conservadoras uma visão mercantilista e organizacional da fé. Creio que perdemos o fio da história da igreja desde os primórdios tempos, uma igreja que vivia para servir, que se reunia para edificar, que se dividia para crescer na pregação do genuíno evangelho. Ou perdemos os ideais de uma reforma realizada por Deus, quando no decorrer da história mudou a visão focal da igreja, que tinha como sólidos fundamentos a unicidade de Cristo, da fé, da graça e das Escrituras, totalizando tudo isso a glória dedicada unicamente ao Deus grandioso. Será que necessitamos de um novo avivamento para a igreja de Cristo? 

Eu acredito que o nosso Deus, verdadeiro e cheio de graça, que nunca fica passivo diante de nenhuma situação na vida de Seus filhos irá de algum modo, que talvez não estejamos visualizando, intervir na história eclesial. Pela minha visão pastoral e de servo, esta não pode continuar como está, pois presta um deserviço à evangelização verdadeira, real e bíblica, prejudica o caminhar da verdadeira igreja, embora não seja o homem quem muda, transforma e salva vidas. Mas, ao mesmo tempo está mostrando uma igreja mercantilista, humanizada e desenfreadamente desavisada quanto aos perigos da cegueira espiritual. A Bíblia nos alerta quando aos guias cegos, e isto preocupa porque nos vemos cercados de falsos mestres, guias cegos nas várias "igrejas" comercializadas que estão a nossa volta e se fazendo de evangélicas ou mesmo se rotulando de protestantes, não são. E estes inescrupulosos pseudos "mestres", comerciantes de uma mensagem sem fundamento e sem nenhum outros ideal a não ser o enriquecimento pecuniário de seus líderes, são nos dias hodiernos estes "falsos profetas", "guias cegos" que levam muita gente para o precipício. E aqueles que não o fazem estão, embora não estagnados, pois continuam seu trabalho com seriedade, aparentemente impotentes ante o falso" crescimento eclesial, da "igreja evangélica" de nossos dias. E daí?

Assim, quero concluir dizendo que me preocupo com a nossa situação, pois os "pastores", cunhados a machado, sem formação e sem escrúpulos ou conhecimento bíblico, estão como diz a Palavra, "comendo a carne das ovelhas", espoliando o pobre principalmente. Fazem exatamente o que se critica no governo de nosso país, com a corrupção. Me preocupo, primeiro porque não está passivo Deus em nossa história, embora os homens não tenham muito com que ou como lutar, a não ser pregar o genuíno evangelho, Deus está de olho na história, ativo e no momento certo irá intervir na história de Sua Igreja. Segundo, porque as Escrituras são claras ao nos dizer que Deus abre os olhos aos cegos, e se não abrir é porque não o quis fazer. Então, termino dizendo, a igreja continua nas mãos do Senhor Deus, embora o mundo esteja assentado no colo co diabo. Assim, a história da verdadeira igreja, do remanescente fiel continua nas mão do Senhor de toda a história da humanidade redimida. A cruz não foi um acidente. Pensa nisto!

(Rev. Maurício Ferreira)

agosto 08, 2013

CINISMO? DEIXE ISSO PRA TRÁS!

O ser humano é imprevisível, imprevidente e inconsequente. Fico a olhar as atitudes dos homens e muitas vezes mesmo as minhas atitudes. Fico a pensar numa porta aberta ao ser humano, que utilizamos, muitas vezes, até de forma abusiva o arrependimento, pois como seres humanos somos também "meio" cínicos (despudorado, desavergonhado, canastrão, cabotino, bicionista, impostor, biltre, cachorro, choldra, corja, crápula, desbriado, gentalha, ignóbil, indigno, meliante, miserável, ordinário, patife, plebe, pulha, ralé, sacripanta, safardana, vil, capadura) são alguns dos significados para este adjetivo que o ser humano carrega quando diante de Deus e do próximo.

O cinismo deriva-se de uma escola fundada por um discípulo de Sócrates, Antístenes  Ele foi uma corrente surgida no século IV antes de Cristo e que teve como seu mais significativo nominador Diógenes de Sinope, (o filósofo da lanterna ao meio dia tentando encontrar um homem) e pregava essencialmente o desapego aos bens materiais, e como vimos anteriormente, trouxe em seu bojo vários e pejorativos significados, provenientes desta visão. Para que eu continue a falar sobre nosso cinismo ante a cruz, ante o trono, ante o Deus que está assentado no trono e o próximo, quero pensar com você somente nos três primeiros termos: despudorado, desavergonhado e canastrão. Somos assim diante de Deus, não pensamos no pudor, a não ser quando descobertas as nossas vergonhas, não analisamos a vergonha imposta necessariamente pelo pecado, a não ser quando punidos por nossos erros e por isso tudo agimos como canastrões, ou seja grandes canastras, isto é péssimos atores, o que nos leva a pensar que somos dissimulados e hipócritas. O cinismo humano ante o trono de Deus, nos mostra que somos hipócritas, pois agimos buscando, muitas vezes mostrar uma personalidade que na verdade não temos essencialmente.

Paulo falando à igreja em Éfeso diz que estamos mortos em nossos delitos e pecados, pois seguimos o curso das inclinações de nossa carne e deste mundo. O ser humano gosta do mundo, das coisas do mundo, gosta dos prazeres que lhe proporcionam a carne, gosta do que vê seus olhos. Não questiono, sei que, parafraseando o lobo mau da fábula, temos olhos para ver e melhor, temos desejos para serem satisfeitos e vivemos no mundo para sermos felizes nele. O que realmente necessitamos é perceber que existe algo mais ou alguém mais que nos ama, que olha para nós com amor e misericórdia, traduzidos numa graça maravilhosa que nem mesmo conseguimos discernir. Precisamos entender que este mundo não é tudo que temos, temos mais, prometido por Deus, e com mais e maior felicidade e alegria que a que vivemos aqui de forma efêmera, pois são promessas para a eternidade. Mas hedonicamente você poderá argumentar que a vida é para ser vivida aqui e desfrutada aqui. É vero, mas se pensarmos somente assim, além do simplismo de nossos desejos, estaremos vivendo somente para morrer; e existe ainda uma inconsequência quanto a eternidade, que é real. Triste é aquele que vive somente o momento, pois este, o momento, passa e se fica sem perspectivas futura, pois cada momento, será somente aquele momento, sem nenhuma projeção, onde fica a esperança então? para que esperança então?


Felizmente, para o ser humano, existe alguém que pensa de forma atemporal, pois Ele é atemporal, preexistente, eterno, imutável, perenemente ocupado com a Sua criação: DEUS. Desde a criação do mundo a ocupação de Deus é o ser humano, ele criou o mundo com todas as qualificações para receber o ser humano. Colocou-o neste mundo e o fez dominador sobre ele. Este ser humano, olhos lacrados pelos sentimentos negativos de corações ingratos e inconsequentes, falhou diante do Senhor e foi afastado dele para sempre. Mas amorosamente, no coração do Criador a porta de escape desta prisão longe dele já estava aberta: JESUS CRISTO. O tempo passou, o homem sempre teve junto de si o Deus providente, cuidadoso, amoroso, fiel, gracioso e misericordioso. Este Deus, nosso Pai, embora ajamos junto e diante dEle de forma cínica, abusando de Sua maravilhosa graça, nos tem como seres amados, e se dispõe a mudar a nossa sorte. Assim, através de Seu Filho Unigênito, veio ao mundo, e sacrificou-se de forma redentiva, expiatória, vicária para que este cínico ser seja reconciliado com Ele para sempre. 

Portanto, amado e amada, não tente dissimular, tampouco interpretar uma personagem que você não é na realidade. Não seja um canastrão despudorado e desavergonhado. Você é pecador, vive longe de Deus por isso. Esta é a única realidade da vida do homem em nossos dias. Mas isto não tem que ser assim! Existe uma porta, francamente aberta para "todo aquele que nele crê". Você não foi criado para morrer, e este propósito não deixou de existir, Deus quer lhe presentear com a vida eterna e abundante, através de Jesus Cristo, nosso Senhor e nosso Salvador, novamente. Não seja cínico alegando nada ter feito de mal, pois você é mal, tua essência é má, teu coração corrupto e enganoso (Jeremias 17.9). O que fazer? Pedro respondendo a uma grande multidão disse: "arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo, para remissão de vossos pecados; e recebereis o dom do Espírito Santo" (Atos 2.38).

O homem pode ser cínico, dissimulado diante de Deus, mas DEUS é puro amor diante do homem, e isto em toda a eternidade. Ele te ama! Entenda isso, ELE TE AMA! Por isso, abra
seu coração a este amor e deixe que Deus mude sua história de vida, transforme sua trajetória existencial, faça uma obra, em sua existência, da qual você nunca se arrependerá. Mas se continuar em seu cinismo sem "graça" ou "sem a graça", o seu amanhã poderá ser muito triste e amedrontador, pois o inferno, é, também uma realidade, e só existem dois destinos para o ser humano criado: o do salvo por Jesus, o céu, ou o do não salvo por Jesus, o inferno. Deixe, hoje o seu cinismo e volte para aquele que te chama por te amar, pois Ele é rico em perdoar (Isaías 55.7). Ainda existe tempo para aquele que está vivo. Deus te esclareça! Que o sol da justiça divina brilhe em seu coração, se não até aqui, a partir daqui e para sempre. Deus é amor, "ELE TE AMA" (repetindo uma frase de uma das músicas do Rebanhão) Aleluia!
(Rev. Maurício Ferreira)

julho 20, 2013

UM POVO CRENTE QUE PRECISA SER CRISTÃO.

Interessantemente, quando paramos para pensar nas coisas de Deus, nos deparamos com algumas ininteligíveis às nossas limitações humanas, embora aconteçam em nosso cotidiano. Eu não sei você, mas quando visualizo os nossos dias, mesmo nossos corações desejando melhoras, só percebo uma piora, e não vejo perspectiva de uma conscientização que nos leve a dias melhores nesta terra.

Nossa política, nossas igrejas, nossas famílias, tudo vai de roldão morro abaixo, sem uma expectativa de um ressalto que nos obrigue a parar. Politicamente o Brasil é um barril de pólvoras, sempre pronto a retrocessos, ou ao caos completo. Ninguém, na verdade ama realmente o Brasil como deveria amar a sua pátria. Eclesialmente  nossos líderes, hoje, agem mais como políticos, ou profissionais ávidos por riquezas e esquecem-se do ministério em que o nosso maior exemplo, morreu numa cruz, e viveu sem ter onde reclinar a cabeça. Familiarmente, vivemos o caos, a desestrutura, a desinformação, e a rebeldia. Ovelhas sem pastor, cada um fazendo o que bem entende, em qualquer um dos âmbitos acima.

A questão é: onde vamos parar? A continuar nessa toada, somente ao sopé da montanha, estatelados, mortos em nossos delitos e pecados. Outra questiúncula que se levanta é: O que devemos fazer? Toda estrutura criada ou natural, tem o seu mecanismo de frenagem. Pise no freio. Retese os músculos, esforce-se um pouco mais, diminua a velocidade e pare. Pense nas consequências, e resolva parar. Do contrário, os caminhos que ao homem parecem ser bons, levar-nos-ão aos caminhos de morte, não física, mas eterna. Em todas as áreas.


A Palavra diz que Deus instituiu toda autoridade sobre a terra, creiamos nisso e oremos para que o instituidor, criador e Senhor da vida olhe para a nossa pátria e a transforme, começando por nós, fazendo-nos exemplos a serem seguidos por quem está ao nosso lado, nos lê, ou fique sabendo de nós, mesmo que anonimamente. Deus transforma! É nosso pedido, mas não nos colocamos na brecha, não nos envolvemos com a realidade, continuamos a viver a utopia de uma vida estéril e insossa. Queremos ser sal, mas somente aquecidos dentro do saleiro. Queremos que mude, mas sem nosso envolvimento, deixe que alguém faça por nós. Assim, se não nos envolvermos, se não nos fazermos de exemplos, não mártires, mas modelos, não estaremos fazendo nada para que o mundo ao nosso redor mude. O mundo, o Brasil precisa ver o senhorio de Cristo através de nossas vidas, cristãos, pensem nisso. Não nos omitamos, ao mesmo tempo não vandalizemos a sociedade ao nosso redor. Somos servos do altíssimo, fazemos parte do reino de Deus, vivamos como ovelhas do pastor divino, sempre olhando para a cruz, e mudemos a nossa pátria, para melhor.

A Bíblia nos fala de uma igreja serva, una, sobrenatural, espiritual que existe para conforto e consolo de todas as gentes, mas nos vemos num turbilhão de religiosismo que invade os lares de forma midiática, que demonstra e aguça a ambição desenfreada do ser humano, que molda cristãos que não sabem o que é servir, ou o que é obedecer. O religiosismo de nossos dias tem enfraquecido a Igreja, embora, vejamos templos lotados, gente com cacoetes evangélicos, povo junto, mas não unido, pois cada um busca somente o que, supostamente te "pertence". Vivemos, hoje, uma religião de "busca" e não um cristianismo de "doação". Queremos um "deus" que nos sirva, e não servirmos ao majestoso e soberano "Deus" e Senhor nosso. Queremos que Deus estenda a mãos para nós e implore o louvor e não que nossas mãos estejam estendidas para Ele até que tenha misericórdia de nós (Salmo 123). Então não mais vivemos o cristianismo baseado em Cristo e na entrega do sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, mas o religiosismo egoísta de gente insubmissa. E queremos, ainda que Deus no abençoe, não vai dar, corra atrás de seu "sonhos". Deus virou o rosto para o nosso jejum.

A Bíblia nos fala de uma família, em que o marido precisa amar a esposa mais que a própria vida. Que a esposa seja submissa ao marido como a igreja ante o Senhor. Que os pais sejam respeitosos para com seus filhos e que os filhos honrem a pai e mãe. O que vemos são mulheres desejando a independência, não somente financeira, o que é muito interessante, embora o casal seja uma só carne. Mas independência total da vida familiar, buscando "ser feliz" nos braços de um a cada dia, ou mesmo sem estar sob a missão do marido, como deve ser, caminhando juntos. Homens que desprezam a vida familiar, que vivem como solteiros livres, embora sejam casados, que traem sem pensar nas consequências e que fazem de seu lar um lugar sem a estrutura do amor. Se existe falha de amor no lar, o culpado é o ministro do lar, o patriarca, o homem. Pais que não respeitam seus filhos, que mentem para eles, que não os levam a sério como seres humanos que são. Filhos que não honram a seus pais, pois não os obedecem, não lhes dão a importância devida, mas que somente pensam no apoio financeiro que os pais possam lhes dar. Enfim, dentro do lares, no seio das famílias não vemos respeito mútuo, mas somente interesses egoístas. E ainda queremos que Deus nos abençoe. Não se iluda, de Deus não se zomba, aquilo que o homem semear, isto também ceifará (Gálatas 6.7-10).

Portanto, chamo-lhes a atenção, caros leitores, para o fato de estarmos vivendo dias de caos completo: político, eclesial e familiar. Mas ao mesmo tempo, conclamo-lhes a pensar que ainda não é o fim, estamos no princípio da dores, o que quer dizer que ainda temos tempo. Vamos pisar no freio de uma história que pode ficar muito mais bonita do que imaginamos em nossos melhores sonhos. Somos servos do Altíssimo, somos filhos do Rei, somos ovelhas do divino Pastor, assim, ainda podemos viver a esperança de dias melhores, aqui e no porvir. Mas, nesta hora, necessitamos fazer a nossa parte, orar é evidentemente nossa maior arma, e deve também ser algo inerente ao nosso ser. Crente tem que orar sempre, na alegria ou na tristeza. Mas também fazermos a nossa parte de forma ativa, sendo cristãos tão, mas tão autênticos que ninguém que nos cerca deixe de notar o nosso envolvimento com o Senhor da vida e da história, tanto que a realiza através de nós. Seja servo, e haja de acordo com este ministério de serviço. Não importa o que o mundo diga, você pode começar a maior revolução de todos os tempos, a revolução do amor de Cristo, pois você sabe o que é tudo isso. 


"A começar em mim, quebra coração, pra que sejamos todos um, como TU és em nós..." Deixe isso ser realidade em sua vida e comece uma mudança, a partir de ti, para que o mundo veja em suas ações e em suas palavras que Deus realmente poderá ser Senhor do Brasil, da Igreja e não mais "igreja" e da família. Vamos, ainda há tempo! Levante-se Brasil evangélico de verdade e mude este país. Mas lembre-se, comece a mudar seus valores, seu padrão, sua história. Deus quer fazer algo diferente. A hora é sempre AGORA. Um Brasil de Jesus, precisa de Jesus; a igreja de Jesus precisa de Jesus e a família crente precisa de Cristo. PORTANTO, hoje o que vemos é UM POVO CRENTE QUE PRECISA DE CRISTO NO CORAÇÃO e não somente nos lábios. MUDE, agora cristão!


(Rev. Maurício Ferreira)

julho 10, 2013

A COMEÇAR EM MIM - VAMOS MUDAR NOSSO PAÍS.

Morte ou vida, o que realmente vivemos?

Estes dias li um artigo que versava sobre o tema: resistir ou fugir. O tema veio de forma interrogativa e a resposta era que ambas estavam dentro da vida do cristão. Quero rebuscar em minha memória algumas coisas e fatos que me fazem pensar e trazer este tema um pouco mais pra perto da gente, do nosso cotidiano. Assim, quero refletir com você um pouco nos textos de Romanos 3.23 e 6.23. Sim, todos pecaram, sim todos estão destituídos da glória divina, sim, mas somente até o ponto de referência denominado cruz, fincada no Calvário onde morreu o Unigênito Filho de Deus para mudar isso, para reverter o salário do pecado, para tirar o homem do caminho da morte, consequência natural da desobediência e transgressão da lei de Deus, lembra - Certamente morrerás. Expulso do Éden, o homem estava apartado de Deus, longe do Criador, como ovelha sem pastor. O homem morreu. E agora. Agora, entra em cena o plano redentivo, salvífico do Criador e Senhor do mundo e toda sua criação. E o entretanto entra na história da humanidade premiando aquele que crê com a vida eterna, com a não mais morte sacrificial por causa do pecado, mas a vida por causa da graça e amor divino. Estamos salvos? ou não ainda por sermos pecadores? Sim, estamos salvos pois fomos substituídos naquele madeiro. E sim, estamos salvos porque este foi um ato de amor gracioso de Deus por nós. Nada de mim, tudo de Cristo Jesus, meu Senhor e Salvador.


Pensando assim, contextualizo tudo isso olhando o mundo ao meu redor. Estamos num tempo em que o bordão mais evidenciado é: "O gigante acordou". Que bom, podermos ver que o nosso país, pelo menos por enquanto, respeita a democracia, que é o seu lema principal. Respeitou-se quando o povo foi às ruas e pediu liberdade de expressão, de opinião e para eleger o seu escolhido por voto direto, respeitou-se quando um presidente leniente deixou que seu governo sofresse golpes profundos na postura ética e sofreu imptimam, e impedido de prosseguir seu mandato ficou por um tempo no ostracismo, até voltar ao exercício parlamentar pelo voto popular, o que também representa respeito à democracia, respeitou-se quando se manteve a postura ante a esquerda no poder, respeitou-se quando abriu o país para volta dos exilados políticos, respeita-se quando o voto popular, independente de quem ele eleja, é considerado, dando posse ao eleito.


Brasil, olha pra cima... (João Alexandre)
Hoje vemos a democracia ser exercitada quando o povo vai às ruas manifestar-se por um punhado de exigências que poderiam de algumas forma transformar o país em um país melhor, mais ético, mais respeitoso, mais responsivo quanto aos impostos que são recolhidos, mais equânime na distribuição de rendas, mais dinâmico em sua política interna, tanto quanto na externa, mais justo na visão de parcerias, mais respeitado no mundo ao nosso redor. Mas também mais precioso e preciso em suas virtudes sociais, cuidando do básico e terceirizando o supérfluo, olhando para aqueles que de algum modo sofrem mais por terem menos, e aqueles que sofrem por terem mais, mas não serem respeitados em seus direitos e valores. Vemos um povo desejoso de justiça, mas.

Sim, mas que não faz o que lhe é natural. Só existem corruptos por existirem os corruptores. Só se recebe propina por ter quem a paga. Só se rouba algo por ter o receptador. Só se muitas vezes se é negligente com as leis por ter muitos que a transgridem e depois buscam paliativos, ao invés de pagarem por seu erro. Só se olha para o lado por ter alguém que sugere isto. Só se fecha os olhos por ter quem ordene isso. Vemos, sim, os cartões corporativos serem utilizados de forma incorreta, mas vemos uma centena de milhos de inadimplentes, que compram sabendo que não têm como pagar e sabem dos instrumentos financeiros pagam suas dívidas, embora possa ficar por um tempo com o nome sujo. Existem pessoas que hoje têm mais de um CPF para burlar a lei, existem pessoas que se sujeitam a serem denominados laranjas, pois são usados por alguns míseros reais. Dai, se eu me sujeito a tudo isso, preciso refletir também nas palavras de Jesus: "Aquele pois que não tem pecado, que atire a primeira pedra". Manifesto é legal e um belíssimo exercício democrático, mas eu estou apto a fazê-lo, sem peso na consciência? Ou mesmo, eu estou disposto a ouvir a minha própria voz que pede justiça, e ser justo, se não até aqui a partir daqui? 


O Brasil precisa de gente consagrada ao pé da cruz.
Nosso país precisa de Jesus, embora alardeemos em alto e bom som que o Brasil é de Jesus Cristo, a Bíblia nos diz o contrário: "O MUNDO, jaz no maligno". Nossa batalha portanto, não é contra carne ou sangue, mas contra os principados e potestades deste mundo tenebroso. Presta atenção nisso. Existe uma outra frase axiomática: "o povo tem o governo que merece". E, é triste constatar que isto é uma verdade. Deus é quem institui toda autoridade, mas é o povo que vota para que a autoridade recaia sobre homens corruptos e malignos. É o povo que coloca esta gente no poder. Pois, se somos corruptos, se não somos pessoas que amem ao seu país, se deixamos a desejar nas coisas mais básicas da vida, fechamos os olhos e votamos de forma insensata porque nossa consciência não está limpa como deveria. O Brasil, com a gama de "evangélicos" que tem poderia estar melhor. Mas não está, ainda "jaz" no maligno, e não é do Senhor Jesus como gostaríamos. Portanto, chamo você caro leitor a reflexão com a qual iniciamos este post: resistir ao diabo e fugir do pecado. A Bíblia diz que devemos resistir ao diabo e ele fugirá de nós, mas nos coloca a responsabilidade nos submetermos a Deus. Quanto ao pecado, nós precisamos fugir dele, pois se tentarmos resistir ele nos vencerá, assim, fuja de toda aparência do mal.


O Brasil precisa de Jesus
Para termos um país sério e realmente ético, primeiro "eu" preciso ser ético ao máximo. Primeiro "eu" preciso ser respeitoso ao extremo. A começar em cada um de nós, iremos certamente conseguir chegar ao ponto que almejamos, e talvez leve algum tempo, talvez nossos filhos e os filhos de nossos filhos é que desfrutarão deste país renovado, mas se não começar hoje, agora, comigo, somente estaremos repassando a responsabilidade que é nossa. Por favor, abra seu coração e olhe para o Brasil com os olhos de Jesus, para que realmente daqui a algum tempo, com um cristianismo sério, embasado na Palavra de Deus, sem negociatas ou negociações do genuíno evangelho, possamos ver o nosso país transformado, e no poder gente séria, que ame mais ao povo do que a si mesmo, que respeite mais o país do que o que ele pode te dar. Somente a começar em mim, poderemos mudar de verdade um país tão pujante de força e respeito. Feliz a nação cujo Deus é o Senhor, mas só poderemos ter uma nação com Deus como Senhor a partir do momento que o homem feliz for aquele cujo DEUS é o Senhor. É no coração que começam as mudanças, do contrário, não dará em nada. Deus seja louvado. 

(Rev. Maurício Ferreira)