outubro 29, 2013

REFORMA PROTESTANTE DO SÉCULO XVI

Estamos iniciando o mês de outubro. O mês de outubro é muito significativo para o protestante presbiteriano, como o evangélico histórico de uma forma geral. Neste mês, no dia trinta e um acontece o estopim de toda história evangélica que conhecemos hoje.

Conhecemos um mundo evangélico voltado para as Escrituras, para Cristo, para uma Fé salvadora, todos embasados numa graça que espelha o amor divino pela humanidade, nos dando a paz que almejamos e expectamos todos os dias e cada vez mais. Por isso o lema da Igreja pós Reforma é Soli Deo Gloria (SDG), isto é: Somente a Deus toda glória. Sola Scriptura; Solus Chritus; Sola Fide; Sola Gratia e Soli Deo Glória, com estes cinco “solas” se construiu a história da Reforma Protestante iniciada no Século XVI até nossos dias.

Nos anos que antecediam a 31 de outubro de 1517. Deus estava providenciando os preparativos para transformar uma Igreja que tivera origem em Jesus Cristo, e que até por volta do século quarto viera dentro dos padrões por Ele estipulados, embora com algumas interferências e ingerências humanas. Mas, a partir do quinto século muitas coisas estranhas as Escrituras começaram a acontecer, Deus foi deixando de ser o Deus da Igreja para que o homem dela tomasse conta. Felizmente, Deus não fica passivo ante as loucuras do ser humano, e por isso, no século 12 começou a levantar homens para fazerem o povo pensar: os pré-reformadores.

Continuando, nosso tema, vamos pensar na pré-reforma. Era a Idade Média, os dias eram maus, a Igreja estava em polvorosa, homens incrédulos tomaram as posições de lideranças. O que era concedida por venda de posto, quem tinha poder aquisitivo comprava um posto eclesial; de acordo com o valor oferecido, hierarquicamente o posto era mais alto. Também a posição socioeconômica influía nestas divisões de postos. O homem buscava assumir posições de liderança eclesial porque dava status quo naqueles dias.

Isso disseminou na Igreja uma falta de senso espiritual, tornando-a meramente política. Liderava-se a Igreja daqueles dias por politica e isso fez decair a qualidade da Igreja de Jesus Cristo. Quando um líder político “se convertia”, toda sua não era considerada cristã, independente do que os habitantes do lugar pensavam, eram incluídos como prosélitos na comunidade eclesiástica. O que fez com que aparentemente, a Igreja crescesse de forma assustadora.

Assim, portanto, caminhava a humanidade eclesial. Como já disse: Deus não ficou passivo ante esta situação, e começou a levantar servos pensantes, que não aceitavam a situação como estava, a teologia deixada totalmente de lado para que pensamentos geopolíticos fossem implantados na Igreja. Grassava a corrupção, mortes inexplicáveis de líderes na batalha pelas maiores cadeiras. Assim, começaram a surgir os reformadores através do pensamento voltado para as Escrituras. Homens que Deus levantava no seio da própria Igreja.

Deus olhava a história de Sua Igreja, conduzida pelos homens incrédulos, que certamente tomavam o “Seu Santo nome em vão” e utilizava-O para seus deslizes e desmandos ao conduzir o Corpo de Cristo. O que fez o Santíssimo Deus? Trouxe um novo dilúvio e reformou a aquele que sempre fez parte de Seu gracioso e Soberano coração? Na verdade não foi um dilúvio físico, mas sim um dilúvio espiritual.

Deus, a partir do Século XI iniciou o processo de reforma de Sua Igreja. Como já disse, Ele começou a levantar pensadores no meio da massa manipulada e inerte para fazer o povo pensar. O povo não estava satisfeito, não gostava do que via, mas ao mesmo tempo não tinha forças para lutar contra o clérigo com a sua força política e bélica. Os reis temiam o episcopado daqueles dias.

Assim, surgiram homens como John Hus, o ganso, servo pensador, grande pregador, que se insurgiu contra o papado e morreu logo numa fogueira, mas ficou a chama da insurreição. Vieram outros, e o mais evidente deles foi Guilherme de Savonarola, que subia nos púlpitos para apregoar a santidade, tão pouco observada naqueles dias. Sua pregação foi tão contundente em Florença que se montou uma pilha nunca antes vista de literatura imprópria na praça para ser queimada. Também foi martirizado.

Assim, do Século XI até o Século XVI as vozes proféticas do Senhor foram se avolumando no seio da Igreja desnorteada, infiel, mas também insatisfeita com o andar desta.
Deus assim iniciou um processo encabeçado por pensadores. Do outro lado, também surgia novos estopins para que os acontecimentos dessem continuidade. Dona de si, a Igreja dominante daqueles dias achava-se intocável e abriu um processo para a construção da Catedral de São Pedro, promovendo a venda de indulgências.

Na Alemanha, o monge Martinho Lutero, depois de não se conformar com a pregação da Igreja de seus dias, e não conformado com a possibilidade de só entrar no céu aquele que tivesse alguma posse, começou a apregoar a graça divina. Isto culminou na fixação das suas 95 teses na capela do Castelo de Wittemberg no dia 31 de outubro de 1517. Era um feriado, e provavelmente toda comunidade passaria por aqueles portais para assistir as missas do dia. O evento teve uma repercussão não imaginada, pois inicialmente tinha o cunho de promover um debate entre os intelectuais daqueles dias. Deste fato nasceu a Reforma Protestante do Século XVI.

 Com este ato, deste grande servo de Deus, muitos progressos também vieram para o povo de Deus, provindos da Reforma e do iluminismo intelectual que grassava naqueles dias. A tradução da Bíblia para praticamente todos os idiomas conhecidos da época, talvez tenha sido o maior destes progressos. Pois o povo passava a ter acesso direto a Palavra de Deus e assim poderia aprofundar-se nos estudos, e conhecendo as Escrituras poderia tirar suas próprias conclusões quanto aos erros moral e espiritual, cometidos contra a Igreja e o Deus da Igreja naqueles dias. Deus agiu!   {Rev. Maurício Ferreira}

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