outubro 22, 2013

E SE EU FOSSE...

A inconformidade do ser humano é tão evidente que a cada fato ou ato de sua existência ela aparece clara e transparente. Vivemos cada dia, sem nos conformarmos com cada dia. Caminhamos passo a passo sem concordarmos que assim deve mesmo ser. Deste modo nossa vida se torna um constante gemido, o cada dia para nós não é suficiente, pois jamais deixamos o passado e sempre olhamos para o futuro. Não conseguimos viver o nosso cotidiano sem murmurar ou mesmo gemer a cada situação. Nossos passos não são eficientes em nosso pensar, vivemos sempre querendo pernas maiores, para passos maiores, queremos subir a escada dando saltos de quatro degraus se possível até mesmo cinco. Por quê? Por que somos inconformados assim com a vida que temos?

Lemos no Salmo cento e vinte e seis que o povo de Israel ficou como quem sonha ante os feitos divinos em sua história, libertando-os do cativeiro e trazendo-os de volta para sua terra. Mas vemos este povo em Judá novamente descontente com o Criador e partindo para adorar os deuses visíveis e performáticos dos seus vizinhos. Olhamos e vemos um povo liberto de quatrocentos e trinta anos de servidão no Egito, caminhando rumo a uma terra, a eles prometida, também conhecido pelos seus antepassados, que segundo a promessa derramava leite e mel, proficuamente frutífera. Mas o que vemos? Primeiro o terror diante dos perigos da terra, depois nos próximos quarenta anos, as reclamações contundentes contra o líder Moisés por causa de alimento, água, provavelmente sombra, e até mesmo o serviço nas terras egípcias.

Olhando para a história secular vemos as muitas e muitas rebeliões nacionais ou mesmo seccionadas em pequenos guetos sociais. As grandes revoluções evidenciam a intranquilidade do ser humano ante as situações que ele vivencia. Vemos isso na França, quando o povo inconformado com a história executiva do país se revolta e depois se revolta contra os revoltosos. Vemos isso na Grã Bretanha quando a inconformidade com a rusticidade da vida artesanal se mostra com a revolução industrial. Vemos isso nos pulos da história, ao vislumbramos o ser humano querendo alcançar o futuro em suas inumeráveis máquinas do tempo utópicas. Vemos isso no dia a dia quando visualizamos a correria do ser humano nas tentativas de mudar sua posição social vigente.

Portanto, quando olhamos para a inconformidade humana podemos inferir conclusões díspares. Podemos concluir que não se conformar com a nossa história e com os acontecimentos dela faz de nós seres que não se motivam com a vida como ela é, e por isso vivemos a reclamar da nossa história e muitas vezes desistir de continuar, pois perdemos nosso tempo, assentados a beira do caminho a murmurar, em vez de correr adiante na certeza de que a promessa feita a nós há de se cumprir. Outra conclusão é ao não nos conformarmos com as coisas da forma que estão. Somos motivados a correr para frente na expectativa de alcançar os objetivos, que muitas vezes nem mesmo fomos nós que colocamos, mas que fazem parte de nossa história.

Pensando assim, temos duas alternativas de vida a nossa frente. Uma olharmos, analisarmos a vida e mudarmos de rumo, visualizando que tudo que acontece sendo positivo ou negativo tem a mão de Deus em nossa história. Outra, olharmos, analisarmos e seguirmos adiante na certeza de que a vontade do Senhor é que nossa fé nos leve aos objetivos que Ele mesmo traçou para nós e nossos pares. Portanto, a você que lê este post, quero dizer, nunca desista, nunca deixe de tentar, nunca mostra desanimo ou desestimulo, pois sabendo principalmente que Deus está com toda e todas as historias nas mãos, o que temos que fazer é somente nos posicionarmos de acordo com a vontade dEle. Se nos vier o desejo de murmurar, reclame, mas não deixe de buscar o caminho alternativo para viver, pois Ele já o colocou diante de você. Se nos vier o desejo de prosseguir, é porque Ele nos preparou já o caminho e este, mesmo que com aparentes dificuldades diante de nós, está pronto e a não desistência nos mostrará que estamos no caminho certo, basta que vençamos as dificuldades.

“E se eu for adiante?” É exatamente isso que Deus desejo da nós, pois a vida, como diz um colega nosso é para ser vivida, andando para frente. Pois, sempre à frente e que está a alternativa para nossa infinda e constante caminhada. Pensando assim, lembro-me da personagem do livro de John Bunian “O Peregrino” que no conduz a certeza de que lá na frente, lá para onde caminhamos é que está o alvo da vontade divina para nossas vidas.

Pare de olhar para o passado, pare de pensar demasiadamente no futuro, caminhe, ande, siga o seu rumo e sua historia se fará definitivamente de acordo com a vontade de Deus. E se eu fosse, pode ser uma proposta de vida: para mudarmos nosso caminho, e seguir adiante em outra estrada, ou para seguirmos adiante, mas jamais, jamais mesmo desistirmos. Mudemos, pois nossa expectativa e digamos: “e seu eu” me deixasse ficar nos braços de meu Senhor e Criador?

Eu sei de uma coisa, nossa caminhada, com percalços ou não seria para o objetivo dEle para nossas vidas. O povo de Israel chegou a Israel, o povo judeu viveu sob a égide do Senhor em sua terra em paz. As revoluções seculares podem até não ter chegado aos objetivos propostos, mas mudaram a história para melhor, apesar do ser humano. E nós hoje, vivemos e podemos viver com a certeza de vitória, pois cremos naquele que é poderoso para fazer mais muito mais do que pensamos ou pedimos e tem já escrito e determinado em seus alfarrábios todos os nossos dias. Portanto, confie e caminhe!


(Rev. Maurício Ferreira)

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