Existem muitas situações na vida que nos levam a viver de forma interessante, pois estas nos levam a fazer coisas que não esperávamos fazer e tampouco talvez nem desejássemos realizar. Mas elas acontecem e nos envolvem sem percebermos. Assim, percebo do alto de minhas seis décadas de existência que estou vivendo, não tenho direção sobre meus passos existenciais e tampouco. se pensar de forma puramente humana, entenderei que minha vida é conduzida pelas circunstancias naturais da vida. As ondas existenciais levam-nos conforme batem nos arrecifes submersos, consequentemente não vistos por quem navega, mas que podem machucar bastante. Agora, se pensamos pelo prisma mais importante da vida, que é nossa caminhada espiritual, então é que não temos mesmo nenhuma ingerência sobre nossos pés, muito menos sobre nossos passos.
Assim, vivemos, cada dia de uma vez, ou um dia de cada vez, cada momento, todo instante é contado ou não para entendermos que a vida nos conduz e nos envolve como uma onda avassaladora. Quando estou em algumas situações sociais naturais, me vejo entre "amigos" que na verdade não são amigos de fato, são conhecidos com relacionamentos um pouco mais próximos para determinadas ocasiões: academia, culto religioso, sessão de cinema, passeio ao shopping etc. Mas, pensemos bem, acaba aquele evento, aquela situação, o que resta? um bom dia, olá, tudo bem no dia a dia? Será que podemos fazer melhor isso? Será que poderíamos viver sem as limitações de tempo e espaço? Será que poderíamos gostar mais das pessoas do geralmente que acontece?
Não somos amigos. Não somos colegas bons. Nãos somos companheiros. Enfim, não somos parceiros de vida, de caminhada, de existência. Somos solitários ambulantes que sobrevivem enquanto convivem superficialmente com o outro, mas vivemos sós. Alguém já disse certa vez que somos seres solitários no meio de uma multidão. Quanto mais vivo mais percebo ser este dito uma máxima contundente. Caminhamos uns ao lado dos outros e ao mesmo tempo não nos conhecemos. Somos um universo de "amigos" inusitados e desconhecidos, não escolhemos, não somos escolhidos, vivemos a revelia do tempo e espaço em que transitamos no cotidiano hodierno. E, o interessante, é que cada vez mais estamos mais e mais desconhecidos iludidos.
Quero mudar isso em minha vida. Quero ter amigos, de verdade, mesmo poucos mas amigos de fato confiáveis e confiantes. Quero caminhar no meio da multidão, como em um mar bravio, mas consciente de ter meu ou meus portos amigos, alguns poucos queridos para onde eu possa correr nos momentos de medos, ansiedades e angústias naturais. Vamos pensar um pouco nisso e começarmos a formar comunidades, grupos que seja realmente comunidades de convivência e amizade. Precisamos um do outro, a vida que Deus nos deu é gregária, é comum, e por fim, mas não menos importante: é amar.
{Rev. Maurício Ferreira}
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