Hoje
discutimos muito acerca da atuação pastoral nas mais diversas áreas da
atividade pastoral. Muitas são as dificuldades, muitas são as atividades e além
disso bastante é a base psicológica e psicossomática da área pastoral. Vivemos
em constante pressão, o que é natural, pois embora a Igreja seja um organismo
vivo como Corpo de Cristo, ela funciona como uma empresa, como uma organização
na sua vida logística e funcional. Mas, ao mesmo tempo ela é um Corpo, uma
família, um rebanho. E o papel pastoral nela é importante porque Deus levanta
seus pastores para cuidar do rebanho dEle, treina, prepara, capacita e envia
para que o rebanho seja bem cuidado. Qual é a dificuldade? Pastores são seres
solitários, pastores sofrem com qualquer membro de Igreja, pastores não têm
amigos. Sim, pastor é um ser humano como outro qualquer, que recebe a vocação
divina para cuidar da Igreja.
Eu,
penso que o pastor tem três áreas de atuação em sua vida: o mundo em que ele
vive, a Igreja que ele pastoreia e o seu lar onde ele convive. Enquanto cidadão
de um país, um estado um município o pastor é mais um e precisa agir como tal.
Mas junto a sociedade precisa também mostrar quem é e qual a seu oficio, para
que seu testemunho seja visto ao ouvir-nos falar no amor de Deus. A Igreja que o
pastor é parte precisa de pastoreio, de apascentamento e da condução juntamente
com os demais líderes para se manter firme. Mas antes precisa olhar o pastor
como um membro dela, não como um ícone, ou o líder performático que domina com
mãos de ferro. O pastor é o irmão que se preparou para ensinar, mas ao mesmo
tempo para exortar, caminhando junto do rebanho e dando exemplo e mostrando
exemplos. Quanto ao lar, o pastor continua a ser pastor, pois esse é o seu
ofício eterno, mas precisa ter seu lar como o oásis de sua vida. Este ambiente
precisa ser o lugar de descanso, relaxamento, conforto e consolo. Ele precisa
ser o esposo amoroso, que destila amor, e que ministra amor, ao mesmo tempo o
pai com todas essas características essenciais. Assim, para a vida social
precisa-se de amigos e companheiros de jornada, para a vida eclesial da mesma
forma, tem que ser amigo do povo, líder e gestor ao mesmo tempo e em casa
precisa se tornar amigo além de esposo e pai. Mas, o pastor não aprende isso
nos seminários, pelo contrário ele aprende que pastor é solitário, não tem
amigos de forma geral, não pode se abrir com ninguém, não pode ter fraquezas,
limitações, erros. O pastor é inexpugnável. E assim ele entra no ministério,
achando-se o super homem, que pode todas as coisas e não como homem comum
pecador e falho como qualquer outro. Isto tem frustrado muitos, e leva ao
perigo da depressão ante o choque de realidade ministerial, e até mesmo os
suicídios que tomamos conhecimento nos nossos dias.
A
conclusão ante esta minha reflexão é que não sabemos lidar com as idiossincrasias
da liturgia do oficio pastoral. Então caminhamos ou sublimando a realidade e
buscando agir como super homens, ou desmotivando-se ante a realidade e entrando
na sombra da morte, desistindo em vida da vida. Complica-se cada vez mais
quando se fica somente com os ensinamentos acadêmicos e perde-se a essência do
cotidiano; também quando se superestima e assim perde as forças no meio do
caminho ante as desilusões naturais de toda função sobre a face da terra. Portanto,
que cada pastor entenda que é ser humano, falho, limitado, fraco como qualquer
outro homem: tanto na sua vida social, entendendo que precisa de seu círculo de
amizades naturalmente, e vivendo com bom testemunho no meio em que vive, mas
sempre consciente de que não está acima do outro; quanto na vida eclesial,
mostrando que mesmo sabendo um pouco mais, talvez, para seu ofício de docente,
ele é a Igreja, é como todo membro responsável pela missão da Igreja santa,
una, espiritual, sobrenatural e celestial. A verdadeira Igreja; e por fim, viver
sua família como aquele oásis que Deus lhe Deus para o descanso confortável e
receber e doar o consolo gracioso de Deus. Que se consiga aprender a ser pastor
de Deus em toda e qualquer esfera para a qual Deus chamou o pastor.
{Rev. Maurício Ferreira}
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