Interessantemente
nos referimos ao tempo como um bálsamo ou remédio anti-inflamatório ou mesmo
antibiótico que irá curar-nos de nossas neuras (mau-humor acompanhado de irritabilidade),
traumas (choque emocional),
complexos (autoacusação de inferioridade
ou de superioridade face aos outros) e conflitos
críticos, sejam eles quais forem. Então muitas vezes ficamos passivos ante o
encaminhar dos dias, horas, minutos e segundos. Esperamos, sem nenhuma perspectiva,
mas esperamos.
O
salmista roga a Deus que o ensine a contar os seus dias para que alcance
sabedoria (Salmo 90.12). Ele olha para o passado, para as muitas vitórias
engendradas e comandadas por Deus em seu ministério. Ele olha para o povo que
saiu do cativeiro egípcio como um punhado de famílias e chegou à terra
prometida como uma nação. Ele vê o povo de Deus, agora renovado, tudo novo,
todos novos e sabe que se não fora o Senhor nada disso teria sido realidade. Ele
sabe, e havia afirmado isso em sua caminhada, que sem Deus, não podemos continuar
na caminhada, não existirá mais promessa, nem plano, nem objetivo de vida. Então
ele pode dizer, continua a nos ensinar a contar uma pequena unidade de tempo, e
vivendo o presente do Senhor a cada dia iremos alcançar a sabedoria.
Nós
vivemos hoje sem conhecimento de Deus muitas vezes. Caminhamos com os olhos num
passado histórico de nossa existência, pensando num vicioso círculo que “poderia” ser a vida. E nas hipotéticas e
impossíveis repetições de um passado alvissareiro e promissor, que nos trouxe
até aqui. Assim, vivemos de fatos ocorridos e esperando uma absurda repetição
do passado. Outras vezes caminhamos com os olhos tão, mas tão distantes à nossa
frente que acabamos tropeçando no nosso presente. Vivemos o amanhã, sem
projetá-lo através do hoje. Perdemo-nos na história, pois não a vivemos realmente,
só sonhamos. Cuidemos para que o nosso presente seja o que viveremos a cada
dia.
Estamos
nos aproximando do final do ano 2016. Tem muita gente que já está vivendo em
2017. Teremos ainda que viver mais catorze dias este ano, não os desperdice. Não
olhe para trás e tente resgatar a história bonita ou feia que já se foi. Não fique
a vislumbrar um futuro que ainda não é, como nos diz a Escritura. Viva um dia
de cada vez, tente de forma bem sensível ouvir a voz do Senhor em cada um
destes próximos dias. Veja o quão mais sábio poderá chegar ao próximo ano, se
entender que devemos vive o agora. O hoje.
O
mesmo salmista que nos leva a solicitar que Deus nos ensine a contar cada um de
nossos dias, também nos fala que o “tempo passa e nós voamos” (Salmo 90.10). Nossa
vida é muito curta, nossos dias são muito poucos. Claramente, assim avaliamos
ante a eternidade que Deus nos propiciará. Portanto, vamos aprender a curtir
cada instante presente de nossa vida, vamos entender que não podemos esperdiçar
nem um momento, nem um átimo de segundo de nossa efêmera vida. Lembremo-nos que
o tempo passa, docemente passa, morosamente passa, tranquilamente passa, mas
também e ainda fragrantemente passa. Somos reféns do tempo, mas ao mesmo tempo
temos uma eternidade pela frente. Mas para que a eternidade seja viável como
vida, precisamos voar hoje, agora, e viver a vida que Deus tem para cada um de
nós, hoje, agora.
Portanto,
cumpra seu dia porque cada um foi o Senhor Deus que fez para que nos alegremos
e nos regozijemos nele (Salmo 118.24). Aprenda a viver bem agora, e seja feliz
agora, e realize-se agora, mas olhe para a cruz agora, veja o amor de Deus agora,
receba a expressão deste amor divino imensurável e inefável agora. Amanhã, pode
ser muito tarde, dois mil e dezessete talvez nunca exista. É hoje, é agora,
sim, neste instante caro leitor que Jesus quer te salvar. Ele te chama à Sua
graça. Então!
{Rev. Mauricio Ferreira}
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