Nós não somos pecadores porque pecamos, pecamos porque
somos pecadores. Quando o Senhor Deus criou a terra, do nada, formou-a e nela
colocou o homem, para dominá-la, e cuidar dela, ele viu que tudo era muito bom.
Toda a criação constituía-se num harmonioso pano de fundo para que Deus pudesse
dar ao ser humano criado toda logística necessária para existir. No entanto,
colocou neste mundo um definidor para que esta criatura racional exercitar sua
obediência.
O
homem falhou. Não foi obediente. Comeu do fruto cuja ordem era não comer.
Morreu. Agora, o homem criado fora do jardim de Deus, teria que buscar seu
próprio sustento através do trabalho árduo, seus filhos e filhas seriam
concebidos e nasceriam com muito esforço e de forma dolorosa. Vieram-lhe
filhos, dois específicos. Um assassinou o outro e demonstrou a ideia de que o
pecado agora egia sobre a vida dos homens. Foi também deixado a própria revelia
pelo Senhor, e o mundo se enchia de criaturas pecadoras, em semelhança de seus
primeiros pais.
O
mundo seguiu em sua sina pecaminosa, em rebeldia para com Deus. O homem, agora
criatura pecadora, volta a ter consciência de Deus. Por causa do pecado da
humanidade, Deus manda uma chuva muito intensa que destruiria praticamente toda
criação, exceto aquilo que ele escolhera para dar continuidade a vida na terra,
dentro de uma grande barco e com uma família completa, do único ser humano
encontrado, pecador, mas fiel e justo diante do Senhor. Recomeçava-se a
história da humanidade. Novamente a humanidade prolifera, agora através de uma
família, não mais de um casal. Nesta família havia obedientes e desobedientes.
O povo cresce e volta a demonstrar sua natureza pecadora e rebelde.
Ajuntam-se
os homens, planejam construir uma pirâmide muito grande, tão grande que alcançasse
os céus. O pecado da autossuficiência e da ambição se mostram no coração
impenitente. Deus confunde-lhes o entendimento e a comunicação e ao contrário
de se unirem numa só tribo, afastam-se com seus afins e povoam a terra toda.
Mas o ser humano gregário e solidário continua sua existência pecaminosa diante
do Deus onisciente. Deus acompanha a sua criação de perto.
Entre
os impenitentes, promove a formação de um povo, entre os demais, que pelo menos
iria representa-lo sobre a face da terra, mesmo com seus erros e defeitos.
Durante muitos anos, de um escolhido Deus forma esta nação, coloca-a juntos a
outras nações, ela enquanto cresce também vai aprendendo a ser um povo. Quando
chega o tempo propicio, Deus lhes dá o aio para que pudessem se guiar entre os
outros povos, entre si mesmos e diante do Senhor. Este povo é colocado numa
terra, de outros povos, mas a eles concedida por Deus, ele a conquistam de
forma predadora aos olhos humanos naturais e de forma miraculosa aos olhos do
crente. Nela vivem, sobrevivem e convivem, algumas vezes cumprindo as ordens do
Criador, e na maioria das vezes desobedientes a estas ordens. Sempre foram
tolerantes, quando Deus ordenara a intolerância total. Sempre se quedaram aos
costumes de seus vizinhos quando Deus ordenou uma completa autossuficiência por
parte deles, pois Deus estava na dianteira.
O
povo pecou, perverteu-se ante outros povos, como de praxe, ouviu mais o mundo
que ao Espírito Santo. Deus sempre perto lhes enviava mensageiros, estes
lutavam, libertavam, falavam, e por um pouco de tempo o povo ouvia. Mas o tempo
se passava e o povo esquecia-se de Deus, tendência natural do ser humano
pecador. Quando muito oprimido pelo sofrimento lembravam-se, clamavam e Deus os
ouvia, e cuidava deles de forma amorosa e misericordiosa. Muitos servos foram
instrumentos divinos da pregação de seu amor e misericórdia e levaram sua
missão até a morte. Mas o homem não se contenta somente com o Deus suficiente a
si, e quer viver como os outros homens. Solicita a sacerdote que lhes fizesse
um povo como os outros povos, com um rei que lhes fosse visível, lutasse diante
deles e lhes conduzisse de forma direta.
Deus
lhes concede um rei vistoso aos olhos humanos, pecador como todos os outros e
com as mesmas afeições. Este se esquece de Deus e comete o pecado de deixar
Deus de lado. Deus levanta outro rei e de forma paciente, prepara-o e prepara o
povo para entender exatamente quem era o verdadeiro Senhor deles como nação,
ele o Senhor dos exércitos. Durante muitos anos o rei escolhido perambula pelas
terras do mundo sendo preparado para todo tipo de situação, até o dia em que se
assenta no trono. Deus nunca mais lhe tira dali através de sua descendência
real até chegar ao Messias, seu descendente, o filho do homem.
Este
povo permanece com a mesma índole pecadora diante de Deus. Um povo rebelde e
ingrato, cheio de vícios e com aviltantes pecados ante o Criador e Senhor. O
homem se mostra sempre como o homem pecador diante do Deus amoroso,
misericordioso e gracioso. Deus envia então o Seu Unigênito Filho, com a
finalidade de mudar a situação do ser humano que andava afastado dele desde o
Éden e embora soubesse que ele os havia criado e até ali conduzido, optava por
deixar Deus de lado e olhar somente para o ser criado. Cristo vem, muda a forma
de relacionamento com Deus, muda as distancias entre os homens e Deus, torna-se
o único mediador como Deus e homem. Morre na cruz pelos pecados da humanidade,
cumpre de forma consumada todos os requisitos para aplacar a ira divina ante o
pecado do homem. Redime. Expia. Regenera. Justifica. E nós hoje podemos olhar
novamente para o trono.
Vermos
nele assentado aquele que é o Pai, vermos junto deste aquele que é o Filho.
Vermos o destino da humanidade nas mãos do Pai para sempre. Vermos revelado
este destino através do Cordeiro de Deus que tira todo o pecado do mundo.
Podermos, como humanidade criada juntarmos nossas vozes aos quatros seres
viventes, aos vinte e quatro anciãos, aos anjos em coro celestial e cantarmos: “Ao
que está sentado no trono e ao Cordeiro, seja o louvor, e a honra, e a glória,
e o domínio pelos séculos dos séculos, amém” (Apocalipse 5.13).
Portanto,
querido(a) quero concluir pensando junto a você que somos rebeldes pecadores,
mas estamos novamente diante do trono de amor, estamos outra vez próximos ao
altar de graça e misericórdia. Estamos sempre, debaixo da graça do Pai que
Reina eternamente. Quedemo-nos diante de Deus, adoremos a Jesus Cristo, ouçamos
o Espírito Santo. Deus está conosco, continua a amar o pecador. Continua a amar
a você e a mim. Continua a exercitar sua misericórdia. Abra seu coração,
pecador, e deixe a luz do céu entrar. Deus nunca mudou, louvado seja, nós
mudamos sempre, para e pela graça maravilhosa dEle sobre nós.
(Rev. Maurício Ferreira)
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