HOJE!

Hoje é um dia especial. Trinta e um de outubro de 2010. Dia especial por algumas razões: o povo evangélico comemora quatrocentos e noventa e três anos da Reforma Protestante do Século XVI. O povo brasileiro comemora a festa da democracia. São muitas a histórias que podem ser contadas neste dia tão especial.

Hoje vivemos no Brasil, numa cidade litorânea, numa terra abençoada até no nome: Espírito Santo. Aqui podemos votar, será o dia decisivo para as eleições deste ano 2010, segundo turno, dois candidato, Dilma e Serra, Serra e Dilma para não desagradar a ninguém. Hoje sai das urnas democráticas brasileiras aquela ou aquele e vice versa que Irã governar nosso país como a figura imponencial da instituição presidencial brasileira. Há cento e oitenta e dois anos o Brasil tem eleições livres, com uma correção aqui outra ali, chegamos onde estamos. De dois em dois ano temos eleições, hoje votamos no presidente de Brasil. Ganhou? Perdeu? Não importa mais, agora o que nos interessa é o bem estar do país e seu povo. Seja você situação ou oposição, o que precisa pensar é no bem estar do povo brasileiro. Assim, certamente, faremos nosso país prosseguir sua caminhada de forma natural: para frente, voltando a um mote antigo e superado par4a o contexto de hoje.

Mas ao mesmo tempo, hoje, comemoramos 493 anos de reforma protestante. Eleições e reforma tem tudo a ver. Há exatamente 493 anos atrás, num castelo na cidade de Wittemberg, na porta principal da Capela neste castelo o frade Martinho Lutero afixava noventa e cinco teses para serem debatidas na universidade. Era véspera do feriado de todos os santos, data em que o povo vinha às ruas para práticas religiosas e compras no mercado dos grandes centros. A Alemanha fervilhava de gente de toda redondeza. 31 de outubro de 1517, data especial porque mudava ali a história da cristandade mundial. Neste tempo aconteciam as mudanças políticas sociais e culturais na terra. Idade Média se encerrava, Idade Moderna iniciava-se, que maravilha. Estas 95 teses foram acolhidas por um povo ávido de idéias novas, mas também de liberdade, não agora religiosa, mas liberdade espiritual. As 95 teses apregoavam o erro da venda das indulgencias por causa da graça divina.

Há 493 anos o mundo mudava por causa da ousadia de um servo de Deus chamado Martinho Lutero. Hoje, nosso país muda sua fisionomia, começa a deixar o Palácio da Alvorada o presidente mais popular de todos os tempos, o que se dará no dia trinta e um de dezembro de 2010, e a aproximar-se deste palácio presidencial nosso próximo mandatário, seja ele ou ela. Mas uma coisa é certa, muda-se o país como foi mudada a história do povo de Deus há tempos atrás. Reformar é viver! E que continuemos a ser reformados com a consciência de que a nossa existência estará sempre sendo reformada pela ação do Senhor da história, que faz do dia 31 de outubro de 2010, um dia especial!

(Rev. Maurício Ferreira)

MAS E DAÍ, EU NÃO TENHOA NADA COM ISSO...ISSO É DEMOCRACIA?

Como é bom viver. Como é bom ser um cidadão de um país como o Brasil. Democrático, onde realmente o poder emana do povo. Mas ao mesmo tempo como é triste ser brasileiro em meio a tantos brasileiros que se alienam e buscam avestruzar-se, desculpe-me pelo eufemismo, não levando em conta este sistema tão libertário e produtivo para o ser humano coexistir.

Estamos nos estertores das campanhas eleitorais. Faltam cinco dias para conhecermos o próximo dirigente de nosso país. Faltam cinco dias para tomarmos uma decisão muito importante para a nossa vida. Estamos a cinco dias de escolhermos quem irá levar a cabo a presidência do Brasil nos próximos quatro anos.

Lembro que democracia é defendermos nossa idéia até que ela seja vencedora ou vencida. A partir de então, devemos defender o país, seja quem for o presidente. Nos dias de hoje e futuros quatro anos, a partir de  primeiro de janeiro de dois mil e onze: José Serra ou Dilma Housseff.

A partir de segunda-feira não importa mais quem é melhor ou quem é pior aos nossos olhos, a instituição divina da presidência brasileira estará nas mãos daquele que Ele escolheu, bom ou ruim a nosso ver, para governar o país. Não importa quem defende isso ou defende aquilo, importa que eu e você, brasileiros, que amamos nosso rincão estaremos vivendo sob um governo populista de esquerda socialista, ou populista de centro esquerda neoliberal. E daí? Que diferença fará em nossa vida?

Nenhuma! Continuaremos brasileiros, por muitas vezes alienados, interesseiros, egoisticamente buscando nosso próprio interesse. Ou, continuaremos buscando nos intelectualizar, nos interessando pelo país com mais profundidade e nas próximas eleições tentado acertar nosso voto com a ideologia proveniente dos tempos de antanho, quando o Brasil começava a ser Brasil e buscava ser um país que pautou sempre pela visão democrática da liberdade de escolha.

Vemos isso nas eleições. A maioria dos países do mundo não faz eleições como nós. Mas precisamos aprender que para que a democracia seja realmente o poder realmente emanando da vontade popular, nós precisamos buscar a verdade do saber que sabemos, muito mais do que o instintivo saber alienado de uma massa que caminha como o gado tocado pelos boieiros. O Brasil precisa do brasileiro.  Portanto, abramos nossos olhos, brasileiros, e vamos fazer do nosso país, um  país genuinamente democrático.

“Mas e daí, se eu não tenho nada com isso...” SERÁ? Democracia é a expressão da responsabilidade de cada um de nós, de nos prepararmos para conduzir o Brasil. Por isso quero lembrar que cada brasileiro é responsável pelo seu voto e pela sua escolha. Pois, vamos viver os próximos quatro anos sob a batuta do nosso presidente ou da nossa presidente, mas vamos viver cada dia pelo bem do Brasil, nossa amada “terra adorada entre outras mil.”  Deus salve o Brasil. SDG!

(Rev. Maurício Ferreira)

SERRA OU DILMA?

Serra ou Dilma? Eu acho muito interessante este tempo em que estamos! A grande questão brasileira até o próximo dia trinta e um de outubro: Serra ou Dilma, PT ou PSDB?

Tempo de mais um pleito eleitoral, tempo em que estamos vivendo a disputa entre dois candidatos à presidência do nosso país. Para mim deveria ser um tempo de respeito, toda disputa deve ser pautada de respeito pelo adversário. Respeitar o adversário é saber que vencê-lo é honra para o vencedor. E quando isso acontece, o perdedor sabe que foi superado por alguém mais qualificado no momento. Ao vencedor cabe a consciência de que venceu alguém que neste momento estava em pior situação, menos qualificado que ele. Portanto, quando se disputa qualquer coisa, seja ela de que monta for, a primeira regra é respeitar o oponente.

Vejo no Brasil uma disputa ferrenha, entre os candidatos. Vejo muita falta de respeito de um para com o outro. Porque ao invés de cada um ressaltar suas qualidades, busca-se na verdade desqualificar, denegrir, ofender, desmerecer o adversário da forma mais sórdida possível. Denúncias, mentiras, engodos, maledicências são o que vemos e infelizmente o povo envolve-se nisso tudo.

Cada pessoa escolhe o seu candidato, e isso deve ser feito com toda propriedade, com zelo, com o carinho e o amor que temos pelo Brasil, nosso país, independente de estarmos em eleições ou não. Mas infelizmente cada pessoa também acaba envolvendo-se com a baixeza das táticas político-eleitorais que acabam por fazer mal ao país. Ouvi muita coisa tola ser dita, e se buscar sei que encontrarei mais coisas idiotas sendo debatidas. Mas evito para não incorrer no erro de ficar julgando gente como a gente. 


Escolha seu candidato e ore por ele, isto certamente bastará. Se você é de um partido ou de outro, defenda suas cores, exalte suas qualidades sem denegrir, sem ofender, sem insultar o outro lado. Não sejam tão radicalmente partidários que se tornem “anti” outros pensamentos ou até mesmo ideologias a ponto de não conseguir ver nada positivo no outro. Não se volte extremadamente para um lado de modos que você não consiga ver que quando tudo isso acabar, quando um dos candidatos for declarado eleito pelos eleitores, eles deixam a animosidade de lado e caminharão juntos em alguns pontos de vista.

Assim, pergunto novamente: José Serra ou Dilma Rousseff? Você deve analisar e escolher. Escolha pelo que você analisou. Escolha pelo que você sentiu no coração. Escolha pelo que você tem como ideologia política, ou até mesmo princípios religiosos, se quiser. Mas não escolha porque alguém te mandou escolher este ou aquele. Não escolha porque alguém é mais amigo de um ou de outro. Não escolha porque alguém próximo de você escolheu. Ser cidadão é fazer o que é certo. E fazer o que é certo é ser justo primeiro consigo mesmo, depois com os interesses ao seu redor. SDG!

(Rev. Maurício Ferreira)

ESPERANÇA...

Há alguns anos li um livro de Emile Zola chamado Germinal. Gastei alguns dias para lê-lo e como sempre, geralmente se espera um final feliz, frustrei-me por que entre os mineiros presos na mina de carvão, a menina não sobreviveu. Fiquei muito triste. Mas, hoje entendo o autor e a obra.

Nesta semana pudemos acompanhar uma história com o mesmo roteiro: mina, deslizamento, homens soterrados, trinta e três ao todo. Fiquei até o princípio da terça-feira para ver o primeiro dos mineiros ser resgatado: Florêncio Ávalos. Ele saiu bem, emocionei-me.

No “Acampamento Esperança” fizeram uma festa. Homens cansados, estressados, atribulados, mas esperançosos. No interior da mina San José, trinta e três homens em condições de desgaste físico, emocional e psicológico intensificadas, mas também cheios de esperança.

Foram sessenta e nove dias de expectativas. Foram sessenta e nove dias de olhos e corações voltados para aquele que pode nos dar esperança. Diz-nos o profeta Jeremias o seguinte: “Lembra-te da minha aflição e do meu pranto, do absinto e do veneno. Minha alma, continuamente, os recorda e se abate dentro de mim. Quero trazer à memória que me pode dar esperança.”. (Lamentações 3.19-21)

No deserto do Atakama esperanças foram renovadas. Vidas resgatadas. Povo feliz. No deserto do Sinai, esperança foi renovada, vidas foram restauradas e a história de divino Salvador deu sequência, tornando a terra da promessa um pouco mais evidente na vida dos descendentes de Israel (Jacó).

Alguns mineiros traziam uma camisa com a inscrição “Gracias Senõr”.  Sim, obrigado Senhor por tudo que fizeste, faz e continuará a realizar. Obrigado Senhor por este livramento na vida daqueles mineiros. Obrigado Senhor, pois ainda existe a ESPERANÇA de livramento do inferno, não dantesco, mas real para o ser humano soterrado nas trevas existenciais do pecado cotidiano.

(Rev. Maurício Ferreira)