Tentemos imaginar a vida passando por nós como uma onda
imparável e constante. Não sabemos qual o peso da próxima investida e tampouco
percebemos a potencia do que vem sobre nós depois dessa na qual estamos. Assim
é vida, não temos controle sobre ela, não teremos e nunca tivemos. No passado a
vida foi, se nossa intervenção, mas somente participação; no presente de forma
muito semelhante, nos vivemos, um dia por vez, ou mesmo hora após hora com a
consciência de que vamos surfando nessa onda, entendendo que controlamos a
prancha, mas não a onda; no futuro, que ainda não é, expectamos e caminhamos rumo
a ele inconscientes do que nos virá.
E assim caminha a humanidade. Por que questiono esta
realidade da vida? Principalmente porque o homem acha-se no direito de propagar
que é o senhor do tempo, da vida, da existência da criação. Com isso caminhamos
rumo às elucubrações filosóficas e variantes da cabeça e coração de uma
humanidade decaída. E prosseguimos sem norte, pois não sabemos a origem, e
tampouco o destino da criação, se pensarmos unicamente de forma material e
secular. O homem natural deturpou toda criação divina, não por ser poderoso ou
ter em si a força de fazê-lo, mas por pensar de forma arrogante e egocêntrica. Com
isso, perdeu a essência da origem de tudo, a inteligência de Deus, o Senhor e Criador
da terra, tudo que nela se te e todos os que nela existem.
Pergunto: que temos com a natureza de forma especial?
Somos a natureza criada, fazemos parte intrínseca dela. Não somos senhores da
natureza criada, somos no máximo gerentes colocados por Deus para dela cuidar,
o que não conseguimos fazer por nossa falta de humildade. Pensamos que
controlamos, não, só cuidamos. A natureza segue seu curso como desde o
princípio foi criada pelo Senhor Deus. Então, o que fazer? Entender que fazemos
parte da mais grandiosa criação e vivermos de acordo com essa vocação divina; percebermos
que estamos nos caminhos traçado e não que criamos e compreendermos que existe
uma vontade além da nossa, e que esta é a vontade que estamos programados para
realizar.
Quero pensar que se Deus não estivesse na condução de cada
detalhe da criação nós não mais existiríamos. Quero entender que o Criador e Senhor
de todas as coisas jamais abandonou sua criação, do contrário nada do que foi
feito estaria em evidência ainda. Quero olhar ao meu redor e perceber que a
presença do Criador está patente em cada detalhe de sua criação, cuidando
ordinária e extraordinariamente deles, e só por isso eu e você temos o
privilégio de dela desfrutar e compartilhar. Assim, digo que nada do que foi
feito se fez sem que a economia divina tivesse na condução, sustentação e
administração constante. Concluo dizendo que nos enganamos quando pensamos que
podemos controlar a onda da existência, não podemos. Repito, controlamos a
prancha, não a onda. Então surfemos na vida que Deus tem para nós, lembrando
que no centro desta vida tem uma cruz. Vivamos para louvor da glória do Criador!
{Rev. Maurício Ferreira}