março 16, 2015

...PERDOA-LHES, "NÃO SABEM" O QUE FAZEM!

Tivemos uma semana atribulada nas redes sociais de 08 a 15 de março. Chamadas e mais chamadas para o povo brasileiro, pacato e sem rumo desde há muito tempo. O brasileiro é um povo que não sabe o que faz em sua maioria, não tem norte próprio e tampouco caminha de moto próprio. Precisamos entender isso para entendermos o que se passa nestes momentos críticos de políticos sem nenhuma moral e intelectuais sem nenhum senso de sociabilidade.

Assim, consequentemente tivemos um final de semana cheio de embates sociais que não falaram muita coisa em nenhum sentido, a não ser para aqueles que têm suas ideologias e que as alimentam culpabilizando o seu próximo por não pensar como ele. Na vida eclesiástica costumo definir “heresia” como ideias que nada têm a ver com a minha, enfim todo aquele que não pensa como eu é um ser politicamente herege e incorreto. Na vida social vejo que o sentido é o mesmo: herege política, por exemplo, é todo aquele que não caminha na mesmo ideologia que eu; direita, centro direita, centro, centro esquerda e ou esquerda.

Nosso popular raramente buscado “Aurélio” nos define democracia como: “governo do povo; sistema político baseado no princípio da participação do povo”. O interessante nisso tudo é que entre todos os “democratas” brasileiros que ouço, leio ou vejo esta participação do todo não pode ser, só o pode a participação daquele que pensa como “ele”. Não existe a liberdade de se pensar no nosso país, de se posicionar. Cada qual com seu cada qual. Isso deveria ser impensável num país que se diz democrático. Ouço pessoas dizerem não voto “em”... Nunca votei “em”... E nunca votarei “em”... E que não é “do”... Mas só critica “um”. Isso não é neutralidade, tampouco liberdade, e nem um pouco democracia. Por isso, venho falar um pouco sobre o que realmente é neutralidade democrática.

Todos nós somos seres politizados. Não existe ser humano que não traga política nas veias, em qualquer ponto do universo. Cada um tem ou deveria ter a liberdade de pensar, decidir e caminhar na sua própria liberdade. Mas, não é assim que acontece. Você só será bem aceito se pensar como eu. Eu somente serei persona cara se pensar como você. Pense bem, meu amigo, independente de que anglo você olhe pro centro da história, e sejamos livres por também darmos liberdade aos outros, mesmo que não caminhem no mesmo rumo político que nós no Brasil. Pense bem, e viva a sua vida, deixando que os outros vivam a deles. Não ataque os outros, apenas defenda o seu ponto de vista. Respeite para ser respeitado. Não estamos numa guerrilha infundada. Não vivemos uma revolução apodológica e acéfala.

Eu fico rindo de algumas atitudes que o ser humano toma quando ataca o seu adversário. Fala da falta de personalidade do outro se esquecendo de que também está sendo manipulado. Afinal, todos o somos, de algum modo, por alguém, mesmo que menor que nós. Assim, caiamos na real, política é para o país, ser realmente do povo, independente de se ir as ruas ou não, o fundamento dela é que as casas: judiciária, legislativa e executiva cumpram a sua delegação partida das urnas. Isso, nada mais que isso. Também que ao ser eleito cada parlamentar seja a favor do país, do bem estar do povo e não de si próprio ou de sua doutrina político partidária. Cresçamos Brasil, edifiquemo-nos e partamos para a maturidade política necessária, só assim teremos menos corrupção institucionalizada, assim seremos um povo que saiba minimamente votar de forma correta, em pessoas que realmente mereçam a nossa confiança, mesmo que não faça parte do “meu” partido, ou pense exatamente como eu, e sim, que ame o país em que vivemos. Se não encontrar ninguém digno de se voto, candidate-se e faça o melhor para o país e seu povo.

A manifestações dos dias treze e quinze de março marcaram a história por sua pacificidade, mas nada acrescentam na história de forma funcional. Foram manifestações sem uma base ideológica, somente mostraram um ódio de a contra b e a recíproca. Gostaria de ver manifestações com finalidades que justificassem o desejo de um país bem governado sim, mas de um povo que tivesse no coração o desejo de não somente cobrar, mas ao mesmo tempo se dispor a investir para que isso aconteça, somos um povo que cobra sem oferecer solução, sem mostrar saída, sem pensar no que se faz. E assim, quando somos chamados a decidir e definir o fazemos de forma tão insensata e antissocial, que torna-se egoísta e pessoa. Política não é pessoal, política é social, não socialismo, tampouco capitalismo, mas social. Política é coletiva, jamais devemos pensar em como nos darmos bem, mas sim e como melhorar nosso rincão para que se viva melhor nele, se tenha mais investimentos, consequentemente mais empregos, mais segurança e mais saúde para podermos ter qualidade de vida.

Assim, termino este post dizendo que estamos fazendo isso errado. Vamos pensar mais no próximo, mais no coletivo, mais no amor, menos no “eu”, menos na minha posição, menos no meu lado e assim, estaremos fazendo a verdadeira política social, como falamos. Dê o melhor de si e tudo será melhor ao seu lado com todos. Vamos fazer um Brasil melhor, mais justo e mais cheio de virtudes que de defeitos como hoje. Ame o seu país brasileiro!


(Rev. Maurício Ferreira)

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