Às vezes paro para pensar sobre uma situação de vida,
que reputo como importante: amizade. Amizade é um tema interessante de se
elucubrar sobre. De onde vem uma amizade sincera? Será que existe de fato
amizade “sincera”? Ou será que só existe amizade enquanto nos é conveniente? Esta
ultima questão não nos levaria a pensar em “sinceridade”, mas num tema que
suponho antagônico, chamado “hipocrisia”.
Temos
amizades de variados escalões: sincera, de trabalho, de afins, enfim, temos
alguns temas a se debater quando falamos em amizade. Amizade no dicionário significa: “sentimento de grande afeição, simpatia,
apreço entre pessoas ou entidades. Aquele que é amigo, companheiro, camarada”
(Pesquisa Google). Buscando no sentimento cardial
humano não há como não entendermos que amizade vem do coração, isto é, de
nossas cargas emotivas. Acaba se tronando uma opção de vida. Provêm da empatia
que surge em nossas relações de forma pessoal. Sim, acredito que decidimos com
quem ter ou não ter amizade, esta afeição intensa, que nos faz confiar, baixar
nossas guardas, e ampliar nossas fronteiras.
Vejo como é interessante quando estamos num ambiente e nos aproximamos
de outra pessoa indistintamente do gênero, mais que de outra. Conversamos sobre
assuntos afins, sobre assuntos aleatórios, até de repente estarmos falando de
assuntos, muitas vezes pessoais sem nos darmos conta de que esta é uma reação
de uma relação que se iniciou simplesmente através da empatia inusitada, e que
acaba formando uma situação de amizade. Será o que existe para que esta
situação se forme em nosso coração? Não sei explicar racionalmente, mas penso
que é ação divina em nós, que nos faz aproximar ou aproximarem-se de nós com
este fim. Não sendo simplesmente uma situação criada porque vivenciamos uma
afinidade profissional, ou mesmo eclesial, de fé, ou até de mesmo por
caminharmos para o mesmo alvo objetivado.
Gosto de ter amizades, embora minha formação tenha sido trabalhada desde
a minha infância para não confiar nas pessoas. O que é muito complicado e
triste. Olhar ao redor e não ter com quem poder desabafar, falar, extravasar suas
emoções dolorosas ou até mesmo alegres. Embora, tenha crescido a prendido
assim, não gosto desta vertente por me levar a querer usar o outro ao invés de
caminhar ao lado ajudando e sendo ajudado. Embora tenha crescido assim, um dia
decidi por não mais viver assim, mas a viver compartilhando com o outro minhas
intenções, meus alvos, meus objetivos, minhas frustrações, minhas alegrias e a
graça divina para comigo a cada dia. Mudar é outro tema que me chama a atenção
todo dia. Mudar para melhor independente do que pensam, é muito edificante, e
basta para conduzir nosso coração para a vida verdadeira que temos pela frente
e que muitas vezes nos conduz à solidão ou a uma vida social muito mais
agradável. Portanto, eu um dia em minha história resolvi mudar, resolvi confiar
nas pessoas, até que me provem o contrário. E para mim foi muito bom.
Quero expressar esta parte de minha vida, porque sei que muita gente
vive como eu vivia e se isto servir para abrir os caminhos sociais e
relacionais diante de você, ficarei muito satisfeito. Pare para pensar meu
amigo, amiga, irmão, irmã e siga sua existência neste mundo olhando o outro
como vítima de algo que independe de nós mesmos, e que nos leva para a solidão monástica
de uma vetusta vida sem ter alguém para nos apoiar. Por isso, chamo-lhe a atenção,
novamente, para pensar no que está plantando agora, na sua juventude, meia
idade ou até mesmo na iniciação de uma terceira idade. Cultive amizades, não
precisam ser intensas demais, tampouco profundas demais, mas necessitam ser
sinceras. Assim, podemos projetar um muito mais alvissareiro futuro. Carpe
Dien: “colit amicitias hodie cave diligenter ut melius cras fore”, igual: curta
a vida e cultive amizades, hoje, para que o amanhã seja melhor. Tenho dito!
{Rev. Maurício Ferreira}