Eu não me
considero o melhor dos analistas políticos, tampouco o pior. Isso porque não
gosto da politicagem, e tampouco da dissimulação humana. Como também não gosto
de falsidade e nem mesmo de hipocrisia. Clara, não me considero o bastião da
pureza e retidão, embora procure fazer o melhor, sei que sou pecador como todo
homem. Mesmo diante da graça divina ainda assim meus pêndulos ainda quedam-se
para o mal. Mas, ao mesmo tempo não posso deixar de pensar, e de desejar o
melhor para o povo de Deus.
Assim, exposto, quero
falar um pouco sobre o que vejo de meu país. Olho ao meu redor e me vejo entre
uma falsa batalha do: “nós” e “eles”. Independentemente de
partidos políticos, irresponsavelmente adotados por gente de “cá”
e gente de “Lá”. Tenho visto como apartidário que sou, pois não creio no
corporativismo que nasce no coração corrupto do homem, mas naquele que Deus levanta
para demonstrar o Seu eterno amor pela humanidade, vivo observando como o ser humano
gosta de questiúnculas, sejam elas grandes e relevantes como o contrário é
fato.
Não compreendo o fato de
ladrões desejarem destituir outros ladrões num determinado ponto da história. Talvez
por um apelo popularesco, talvez por desejarem tomar o lugar daqueles que
governam. Não sei, não compreendo isso. O ser humano que faz parte da liderança
de nosso país, caminha ao lado do adversário “político”, embora a relação
cotidiana seja ao redor das churrasqueiras ou mesas de bares e restaurantes
caros. Embora os conchavos evidenciem a conveniências dos corruptos corações.
Olho ao meu redor e me
vejo cercado de hipocrisia. Um fato que faz calar, alguns, porque talvez se possa
ser atingido pelos respingos da vergonha da corrupção instituída entre as
pessoas que lhe rodeiam. Não compreendo o ser humano ser tão egocêntrico que
tudo ao seu redor está queimando, mas como não foi citado, fica achando que
poderá passar incólume pela vida. Pode até ser que passe. Mas existe um juízo
mais profundo e intenso que simplesmente o juízo dos homens. Mas, mesmo
pensando assim, escatologicamente, creio que os males feitos aqui, certamente
terão suas consequências deletérias e nocivas para o próximo.
Não consigo entender um
líder enviar dinheiro que não lhe pertence para paraísos fiscais e ver a saúde de
seu próximo amofinar-se, pessoas morrerem por falta de medicamentos, de
atendimentos digno, de atenção pífia nos postos de saúde e hospitais das
grandes e pequenas cidades. Não consigo vislumbrar um rico que não divida um
pouco. E não consigo compreender um ser humano que tira de outro descaradamente
e não se preocupa com a valorização da vida. Não consigo mesmo entender estas
coisas não compreensíveis.
Como não
consigo entender a mentira descarada. Sabe-se que errou, entende que fraudou,
sabe os resultados disso e consegue, sem nenhum senso crítico de pudor mentir,
mesmo ante as provas irrefutáveis. Negar a cognição de fatos que jamais lhe
foram velados. Mentir é afirmar aquilo que se sabe ser falso, ou negar o que se
sabe ser verdadeiro: mentir vergonhosamente. Enganar, iludir. Mentira fica
claramente mais evidente que a verdade no coração enganoso e desesperadamente
corrupto do ser humano.
Desde o Éden nos vemos enredados
nesta malha de mentiras: “Foi a mulher que o Senhor criou...”; “foi a serpente,
me enganou e eu fui seduzida...” (livro do Gênesis capítulo três. Uma pena,
pois o homem ficou preso ao passado, ao pecado, e não olha para a cruz, a
ignominiosa cruz, mas ao mesmo tempo a redentora cruz, a expiatória cruz, onde
padeceu e morreu o “Unigênito Filho do Criador” para substituir-nos ante o
juízo divino. Pena p homem preferir o mal que o bem, optar pelo erro ou invés
do acerto. Nada tentar fazer para ser correto, reto, limpo, e viver com a
consciência tranquila ao colocar a cabeça no travesseiro, seja ele de paina ou
pluma de ganso.
Não entendo a luta de
classes. Não compreendo a ira do pobre contra o rico. Não compreendo o desprezo
do rico pelo pobre. Não entendo as cores, e Deus me deu o privilégio de não
distinguir muito bem as cores, mas não entendo a passividade do ser humano ante
uma cor o que o faz ser radicalmente contra a outra a ponto de odiar, de
desejar morte ou vida. Não compreendo o ser humano não valorizar o ser humano,
que não seja o “eu”. Nenhuma força econômica, nenhum partido político, nenhum
grupo afim considera a vida ou o outro que não esteja do “seu” lado.
Sinto-me perdido no meu
país, neste momento de transição negativo não compreensível, de inconformidade política, de
desatenção ao apelo comunitário de acerto. Não gosto do que vejo, não gosto da
injustiça, seja com quem for, não gosto de ver o que estou vendo. Se pudesse
iria embora. Se pudesse fecharia meus olhos e não mais os abriria para este
mundo, mas Deus me quer aqui, me tem aqui, embora esteja já ante desfrutando o
céu, meu lar eterno.
Quero ir embora, gostaria de fugir, mas não dá, então
fico triste com a vida nos meus dias, aguardando a intervenção divina para que
meus filhos e netos vivam num país melhor, mais compreensível.
(Mauricio Ferreira)