novembro 03, 2015

MEA CULPA, MEA CULPA, MEA MÁXIMA CULPA...

Buscar culpados é a nossa sina. Ontem vi os nomes de programas televisivos interessantes: “Quem matou John Kennedy?” e depois em duas etapas: “Quem matou Jesus Cristo?”. Na verdade, quanto a John Fitsgerald Kennedy, político estadunidense que serviu como 35º presidente do Estados Unidos e é considerado uma das grandes personalidades do século XX. O americanos já devem ter certezas absolutas, pois são, segundo a mídia, os maiores investigadores do mundo e estão espalhados por todo globo terrestre espionando infiltrados ou virtualmente cada detalhe do que acontece. Quanto a Jesus Cristo, muito pode se cogitar.

E quanto a Jesus Cristo, este foi morto na cruz, após um verdadeiro martírio em vida, seja ele físico, seja ele psicológico, mas principalmente espiritual. A conclusão material investigativa nos mostra que os romanos mataram a Cristo. Eram eles os dominadores de toda região que compunha o Império Romano naqueles dias. Eles tinham seus governadores em todas as províncias do Império.  Pôncio Pilatos governava política e juridicamente as terras de Judá e Israel. Jesus foi levado a ele, portanto ele tinha em suas mãos o destino jurídico daquela vida. Poderia ele decidir como bem entendesse ser aquele caso. Decidiu lavar, cenicamente as suas mãos, gesto que ficou para a eternidade, mas mesmo assim, foi seu o ato que levou Jesus a cruz, jurídica e politicamente pensando. Foram mesmo os romanos?

Quantos aos judeus estavam na indução deste crime horrível. Eles querendo ou não, era a nação que servira de berço a Jesus, estavam na posição de saber exatamente quem era ele, por tudo que haviam visto. Sabiam que o Messias era uma realidade para Deus, mas não creram, ou optaram por não acreditar. Assim, quando os atos divinos e humanos de Jesus Cristo os incomodaram eles o levaram ao governador Pilatos. Falo que induziram porque Jesus fora acusado por crimes relativos ao povo e religião judaica. Desta forma, eles o acusaram, condenaram e o entregaram às mãos políticas do governador para que o levasse à cruz. “Crucifica-O” foi o grito fatídico para que o governador que nada via de crime no réu o conduzisse a morte. Então, foram mesmo os judeus que mataram a Jesus Cristo?

A humanidade olha com olhos humanos e não se vê culpada de nenhum crime que ela não tenha cometido com suas próprias mãos, ao mesmo tempo olha pra frente, pra trás e para o lado e encontra um sem número de culpados por tudo que acontece na terra. Queremos sempre visualizar o “bode expiatório” na história da vida. Portanto o pensamento é sempre assim: não sou culpado pela morte de Jesus Cristo. Será que não? Será que os culpados são os romanos ou judeus ou gregos? “Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus...” (Romanos 3.23). Ao mesmo tempo Paulo nos diz que “E que fruto tínheis então das coisas de que agora vos envergonhais? pois o fim delas é a morte. Mas agora, libertos do pecado, e feitos servos de Deus, tendes o vosso fruto para santificação, e por fim a vida eterna. Porque o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna em Cristo Jesus nosso Senhor.” (Romanos 6.21-23).

Na epístola aos Hebreus 9.22 nos fala que “E quase todas as coisas, segundo a lei, se purificam com sangue; e sem derramamento de sangue não há remissão”. Portanto, pensemos assim, se todos nós somos pecadores, por que não fomos nós a morrer derramando nosso sangue para remir os nossos pecados? Então vemos o amor gracioso e misericordioso do Deus nosso Criador, Mantenedor, Senhor e Salvador, no evangelho de João 3.16,17 “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna. Porque Deus enviou o seu Filho ao mundo, não para que julgasse o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por ele”.

Isto posto, vamos pensar assim, a culpa não é de Deus, não é do judeu e tampouco do romano, a culpa é minha. Eu sou pecador, antes inveterado hoje redimido. Eu sou pecador antes da cruz e após a cruz. Eu sou pecador, portanto culpado diante de Deus. Mas ao mesmo tempo eu sou impotente ante o pecado, nada posso fazer para mudar a minha sina de pecador. Por que, então sou salvo e vivo em paz com Deus? Porque Ele, nosso Senhor e Salvador veio morrer a minha morte. Ele morreu a minha morte e hoje posso viver a Sua vida, e dizer em alto e bom som: “Porque, se torno a edificar aquilo que destruí, constituo-me a mim mesmo transgressor. Pois eu pela lei morri para a lei, a fim de viver para Deus. Já estou crucificado com Cristo; e vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim; e a vida que agora vivo na carne, vivo-a na fé no filho de Deus, o qual me amou, e se entregou a si mesmo por mim.” (Gálatas 2.18-20).

Colocado assim, romanos mataram a Jesus, judeus o condenaram a morte, e eu e você somos culpados diante deste fato. Mea Culpa, Mea Culpa, Mea máxima Culpa é o que posso dizer, mas sinceramente, intensamente, profundamente grato pela obediência de Jesus, pelo amor do Pai e pelo plano eterno salvífico de Deus que culminou no Calvário. Hoje posso dizer que toda culpa, todo peso, toda sobrecarga propiciada pelo pecado sobre minha vida foi tirada pela entrega voluntária de Jesus Cristo naquela fatídica cruz. Por isso, repito celeremente o poeta sacro: “Sim, eu amo a mensagem da cruz”! e você?

{Rev. Maurício Ferreira}